O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, setembro 26, 2011

ANTES DE DEUS....ERA A DEUSA...


"Ela é a virgem eterna, o que não quer dizer intocada, mas sim a que não vive sob o domínio do homem . "

(Agustina Bessa-Luis)

ASHERAD - A DEUSA PROIBIDA DOS PRIMÓRDIOS...

(...)
Podemos claramente perceber que a elaboração e instituição do monoteísmo não se deu de forma democrática e muito menos pacífica. A partir de um contexto politeísta, a centralidade em Yahweh é um processo violento, de destruição da cultura religiosa do outro e da outra, de proibição do diferente, demonizando-o e tornando-o uma ameaça. Um processo nítido de intolerância religiosa.

A supressão do culto e da imagem da Deusa Asherah traz consigo conseqüências profundas para as relações entre os gêneros, afetando em especial aos corpos das mulheres, que tinham na Deusa uma possibilidade de representação do feminino no sagrado. A religião judaica vai se constituindo em torno de um único Deus masculino, legitimando historicamente uma sociedade patriarcal. Este poder divino imaginado somente como Deus afetou as mulheres, as crianças, a natureza, pois quase sempre partiu de um pressuposto de dominação, opressão e hierarquização das relações, tanto humanas como ecológicas.

Afirmar Asherah como Deusa é polêmico, mas necessário à religião e à pesquisa bíblica. Dar voz a uma época em que Deuses e Deusas eram adorados, em que o próprio Yahweh foi adorado ao lado de Asherah, nos impulsiona a re-pensar não só as relações pré-estabelecidas entre homens e mulheres, bem como, a própria representação do sagrado estabelecida.

Re-imaginar o sagrado como Deusa é re-imaginar as relações de poder, não numa tentativa de apagar a presença de Deus e sim de dar espaço ao feminino no sagrado, novamente o feminino não como um atributo do Deus masculino, mas como Deusa.
Esta talvez seja uma grande contribuição da reflexão feminista, que nos desloca e nos provoca a re-imaginar o sagrado, como possibilidade de re-imaginar a sociedade e as estruturas cristalizadas secularmente.
(...)

ASHERAH:THE FORBIDDEN GODDESS
Ana Luisa Alves Cordeiro

Graduanda do Bacharelado em Teologia pela Universidade Católica de Goiás. Assessora do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI). Correio eletrônico: analuisatri@yahoo.com.br
IN PISTAS DO CAMINHO

2 comentários:

Cristiano disse...

Muito inetresante o texto e o tema abordado, que algumas vezes, é tido como tabu por "temermos" a Deus.

Vi-o por uma busca no Google.

Deixo então, meus parabéns.

Karine Ishtar a Deusa Lilith disse...

Intrigante a matéria exceto pelo fato de que D-us na torá não é homem nem é masculino, quem conhece profundamente a Cabalá sabe que YHWH é distinto de sexo e igual a si fez o homem que era Masculino e Feminino.
o afastamento do homem de Deus o levou a ser dividido em polos distinto tornando-se 2 seres. o homem propriamente dito e a mulher.
o proprio termo Eloim que tradusimos como Deus que quer dizer eterno ou altissimo não é associado a gênero na torá. mas se ainda for pouco a cabala revala sobre Shekina que é a face feminina do próprio Deus que ora é vista como superior ao mesmo por ser sua própria existencia e Gloria e Hora como inferio por tambem emanar-se dle que foira emanado por ela.
foi a sociedade posterior que masculinisou a figura de Deus não a cultura hebreia em si