Há uma violência
doméstica, sabemos isso sobejamente...MAS continua-se a criar e a contribuir para isso de todos os modos...
Matam-se e
assassinam-se mulheres de todas as maneiras, em casa e na rua...todos os dias,
vertiginosamente…e aumentam os casos para além do que são relatados e
conhecidos em todo o mundo…
Mas Há ainda
a violência física e verbal mais subtil nas mais diferentes situações da vida
de uma mulher, todos sabemos que há. Há contra a mulher uma espécie de perseguição e culto da violência de género baseada no sexo e é muito mais grave e persistente do que a que sofrem as minorias, quaisquer minorias ditas descriminadas, porque em muitos casos elas aparecem quase diluídas e disfarçadas pelas situações de hipocrisia vigente e pelos preconceitos das mulheres em denunciar maridos e patrões ou colegas, de assédio sexual e violência verbal…
SIM, ENTRE
TODAS AS VARIANTES DE VIOLÊNCIA SOBRE A MULHER, HÁ MAIS UMA, A VIOLÊNCIA DO
SEXO ESCRITO…
Sempre
houve, todo o tipo de violência contra a mulher, mas há esta nova violência camuflada
de “literatura” e romance…e escritores homens e mulheres inclusive que escrevem
as maiores barbaridades CONTRA A MULHER e o mercado e o público e a lei não se
dão conta…porque a palavra do “escritor/” passa pela ideia tabu de “liberdade…de
expressão”…e tudo bem, e nisso gera-se a maior confusão…mas o que está em
questão não é que se seja livre de escrever o que se quiser e dizer tudo o que
se queira, mas NUNCA de forma agravada e violenta contra a mulher…ou em nome do
“seu prazer” ou em nome neste caso…por definição de… “uma mulher com classe…”
“É pela forma como pratica sexo oral
que uma mulher te merece ou não. Mas não porque o faz melhor ou pior – muito
menos porque te dá mais ou menos prazer. É pela forma como pratica (como te
pratica) sexo oral que uma mulher te merece ou não porque é nesses instantes
que - se olhares para o que não se vê, se esqueceres a pele e a boca e os
lábios e te concentrares nos olhos que olham e nos gestos que envolvem - uma
mulher que te ama te mostra, em plenitude, que tem classe. E que, para ela,
oferecer-te um fellatio é tão digno como oferecer-te um Rolex ou um perfume
Chanel. Mais ainda: para a mulher com classe, oferecer-te um fellatio é
oferecer-lhe um fellatio. Oferecer-se um fellatio. Porque, quando se ama, não
existe dar e receber. Amar é uma dádiva dos dois lados de dar e receber. Não
existe dar amor – como não existe dar um fellatio. O que se dá no amor é
exactamente, sem tirar nem pôr, o que se recebe no amor. E isso sim é classe.” P.C.
Esta
Violência da pornografia VERBAL, o abuso da expressão contraditória e incoerente que gera esta confusão de
valores, é um ataque à sanidade da pessoa humana e de uma violência enorme à integridade e liberdade de “escolha” da
mulher; ela é uma aviltação da mulher em forma de romance, na escrita deste “escritor”
pop – que ensina a escrever – e que dezenas de mulheres cegas seguem fascinadas
com a sua audácia, o seu vazio, a sua esterilidade, o seu ego, a sua obsessão fálica,
a sua verborreia, a sua falta de ética e de estética, o seu absurdo, e sem a
menor profundidade no que escreve e que ataca de forma desabrida, indecente,
sim, digo INDECENTE, DESONROSA, PARA TODAS AS MULHERES, mães, filhas, irmãs e
sobretudo as amantes…só é possível pela ignorância da própria mulher em se
honrar, em se dignificar a si própria, em se dar valor, em se saber ao certo,
em se realizar a partir de si …
Não se trata aqui de discutir que forma
de sexo preferem as mulheres…mas de uma indução a uma prática como forma de “exaltação”
da “dignidade e da classe”…de uma mulher perante o sexo…
A violência que
nesta escrita é feita à mulher e que ela aceita passivamente, deve-se à sua falta
de consciência do feminino profundo, deve-se ao enorme vazio da sua vida, à sua
falta de valor como ser humano, à falta de sentido que não encontra em si como
pessoa, e a não ser viver pelo homem, projectada no homem, projectada no filho
e agora no sexo, no falo, ela acha que não vive…e que NÃO É PREENCHIDA e tudo
isto porque a sua vida foi destituída de significado para além de servir o Homem;
a mulher foi assim programada para obedecer e servir a deus, o pai, o marido e o
filho e agora vê inverter-se a sua situação de mulher legítima e séria… ou..
prostituta, a ser “enaltecida” já não no altar, ou no bordel, mas exclusivamente
na cama, na mulher-objecto, só sexo, uma mulher degradada pela sexualidade mais
abjecta para servir ao seu “deus falo”, baseado na sua anulação e na mais vil submissão,
na mais completa sujeição “ao prazer” anulando todo o seu ser na mera escravidão
sexual aos padrões machistas e falocráticos que agora se destacam não só nos Mídea
e Publicidade como é o tema preferencial destes escritores pop-pornográficos,
cito o caso deste Pedro Chagas, realmente
uma chaga literária…um verme literário e uma vergonha para quem tiver um mínimo
de sentido do que é a literatura. Sim, digo vergonha…porque esta gentinha sem
princípios sem educação nenhuma, sem integridade humana, sem qualquer noção do
Ser em si, para além de uma mente perversa e insana, são o fruto de uma
sociedade podre, alienada e de um Sistema – FALOCRÁTICO – que atingiu o seu
auge de decadência e que é a pouca-vergonha de não se ter já qualquer noção do
que é a verdadeira dignidade nem a classe de uma mulher ou de homem! Esta
geração rasca, realmente rasca, pensa que ter vergonha na cara não é moderno nem
comercial, e o que importa é Vender e comprar a todo o transe…e pensam que
dizer todas estas barbaridades a qualquer preço e que dizem em nome da “mulher”
do “amor” do “desejo” e até de “deus”…é o máximo…e é “arte”…ou literatura…de
lixo!
Este é o
maior LIXO tóxico ao cimo do Planeta, porque ele é mental e imoral e quase toda esta
geração proveniente do Sistema mercantil e económico é a expressão máxima dos
dias em que vivemos…Prova-o a poluição verbal neste caso e a violência
camuflada, o despotismo e a demência disfarçada de arte…
RLP
QUANDO SE
ESCREVE SOBRE MULHERES...
E A CENSURA A SUA VIOLÊNCIA...
E A CENSURA A SUA VIOLÊNCIA...
"Vigora a ignorância mais crassa que, aliás, se exprime abertamente todos
os dias. Pode dizer-se e escrever-se sobre as mulheres as asneiras mais
infames, sem que isso provoque a menor indignação. A gaiola de vidro funciona
muito bem. O sexismo provoca muitos danos e isto não é sabido. Não é
denunciado, não é descrito, não é deplorado, não são analisados os efeitos que
influenciam os nossos comportamentos, sem nos darmos conta. Como se não
existisse.
- Isso é estranho, nestes tempos de comunicação em todos os sentidos.
- Não é nenhum fenómeno novo. A isso chama-se censura.”
(…)
in "todos os homens são iguais ...mesmo as mulheres"
de isabelle alonso
- Isso é estranho, nestes tempos de comunicação em todos os sentidos.
- Não é nenhum fenómeno novo. A isso chama-se censura.”
(…)
in "todos os homens são iguais ...mesmo as mulheres"
de isabelle alonso
2 comentários:
Leonor ... outro dia conversando com uma amiga, ela me perguntou se eu já havia lido Cinquenta Tons de Cinza ... eu disse que não ... ela insistiu:
- Você precisa ler !!!
... então eu respondi:
- Olha, eu tenho uma mente muito fértil ... não preciso ler nenhum tipo de pornografia, e ainda por cima não perco minha dignidade dentro de quatro paredes !!!
... tentei falar sem ser rude, espero que ela tenha entendido ...
Um abraço
tristeza, cansaço e nojo...
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