O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, dezembro 13, 2012

CHEIA DE PÉROLAS


 
Associada à Lua Negra, ela evoca com o sol negro – luminares metafísicos segundo Jean Carteret – a diferença entre a ESSENCIA e a EXISTÊNCIA, entre o Inconsciente e o Hiper-Consciente.
O autor acrescenta: “No entanto ninguém pode passar sem ela quem deseja abandonar as suas velhas peles inúteis, aceder ao coração essencial, passar para o outro lado, para uma vertente mais intensa de luz, ultrapassar-se a si mesmo e aceder ao inconsciente puro.
COMO é que isso se faria sem sofrimento, sem sacrifício, sem dor? COMO faríamos nós a economia desta ferida aberta que nos faz passar do Existencial ao Essencial?”

Do Livro Le Retour de LILITH. La Lune Noire. L’Espace Blue, 1985
 

 A MULHER...

(SOBRE CLARICE LISPECTOR)

‘’ Porque há o direito ao grito, então eu grito.’’, infelizmente não gritamos. Sufocamos. Não admira, como a psiquiatria – farmacêutica se tornou uma autentica mestra – cura de gritos. Ninguém quer saber da causa primeira, é preciso, sim acorrentar as línguas e coser os lábios.
...
Clarice é cheia de pérolas. Algo de sublime atravessou aquela densidade humana/terrena e concedeu-lhe a acutilância, sob a forma de sensibilidade, e de a esfregar nos nossos rostos as fragilidades e, esse ser grandioso que é o amor, fazemos dele apenas trapos à medida dos nossos medos. É aqui que nos deparamos com a vergonha dos nossos limites. O nosso Amor, parece ser ou depender do reflexo que recebemos de fora, e nem mesmo às vezes o que ele esparrama por dentro é real, e é apenas um truque da mente. Pois ele foge, tal como a água escorre dos dedos; ou, a areia que é mais densa, e ainda assim não se consegue agarrar.

(fico por aqui... poderia continuar infinitamente... voltarei, e fica tanto para dizer!! )
M.
(M. Volte sempre...cá a espero...)

(fOTO de Stong Pa Nyid) 

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