O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 11, 2014

AS "DUAS" MULHERES NA MULHER...



"SANGUE BOM..."


Há mulheres que têm dificuldade em perceber a cisão em si das "duas" mulheres...outras julgam que isso já não se vive, que já são livres e emancipadas desses estereótipos...no entanto, como por acaso, tenho-me deparado com cenas de uma telenovela, curiosamente com uma personagem feminina (uma atriz conhecida, Marisa Orth ) que vive uma dupla personalidade muito bem caracterizada em que assume ora uma ora "a outra" ou seja, a sua puta ou a sua santa em perfeita alternância...e divide-se tão bem nas suas duas personagens,  que reflectem perfeitamente  assim essa divisão interior que a mulher comum vive no seu interior e aqui também no exterior ...e ao mesmo tempo está consciente de que as duas fazem parte dela e luta assim por as "aceitar" ou integrar, sem saber bem qual das duas ser ou viver...isto é...penso que ela luta para ser mais "a puta"...como se isso fosse a "integração" das duas, ou a superação dessa cisão interior,  tal como muitas mulheres hoje em dia fazem e pensam, mas isso não é senão inverter os estereótipos...porque o que está em causa é a mulher não ser uma nem a outra, mas una...integrada, sem divisão interior ou exterior, consciente da sua natureza sensual ou sexual e ao mesmo tempo poder ser a mulher séria e terna, mãe ou não de família...em simultâneo!
De facto é interessante ver a caracterização da personagem enquanto uma é, católica e cheia de preconceitos, discreta e querendo castrar a sua sexualidade e quando é a "outra" completamente debochada, provocante e sem qualquer moral...

Mesmo na rua podemos ver como nos traços das personagens que as mulheres encarnam é evidente essa dualidade na oposição do corpo e nos gestos e na roupa...Como nas fotos de algumas mulheres e nas suas poses também é fácil ver o estereótipo da prostituta ou da mulher sensual "fácil" (ordinária)  como  da mulher que tem pruridos e é muito séria, discreta pela forma como se vestem. Por isso não entendo como é que as mulheres não entendem que estão DIVIDIDAS DENTRO DE SI MESMAS em dois estereótipos básicos e não aceitam essa evidência à vista desarmada!
Sinceramente não entendo!
 
RLP

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