O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, novembro 05, 2010

DESCOBRIR LILITH - a primeira Mulher


“Lilith: Deusa, Demónio ou Lua Negra da Terra”
por Julie Loar (Julie Gillentine)


(...)
“Psicologicamente, em todos os seus aspectos, Lilith parece representar facetas do feminino que foram suprimidas. A sua natureza manifesta-se como uma Desordem de Múltipla Personalidade em que aspectos do feminino foram estilhaçados, e algumas dessas partes são etiquetadas como boas e outras como más.
Individual ou colectivamente, a maneira como isso se apresenta depende do contexto. Lilith pode ser um anjo rigoroso e severo, ou um demónio colérico. Algumas vezes ela está zangada e é vingativa, outras vezes ela tem o poder de retomar o seu estatuto correcto de parceira em igualdade. Os astrólogos que usam Lilith, em qualquer das suas formas, acreditam que ela revela feridas relacionadas com o poder feminino, tanto em homens como em mulheres. Reconhecer que há algo a que foi negado acesso, é um primeiro passo para restaurar o equilíbrio. Podemos imaginar que destino teria sido o da humanidade se Adão e Lilith se tivessem entendido.

Lilith saiu do jardim e consequentemente a sua natureza e poder descontrolado passou a ser temido e foi declarado mau. A história de Lilith encarna o que ocorreu nos mitos ao longo dos tempos à medida que as culturas que veneravam antigas deusas foram eclipsadas pelo patriarcado emergente. [Dos três mitos referidos acima] Personificando a Árvore da Vida, Lilith é um exemplo de quantas divindades femininas foram demonizadas. Nos tempos modernos, à medida que o pêndulo retorna no seu movimento, Lilith tornou-se um ícone de poder feminino.”


De volta ao jardim...

No Éden existiam duas árvores. Eva, criada para substituir Lilith, agarrou no fruto da outra árvore, a Árvore do Conhecimento. Ela foi acusada pela Igreja, e com ela, todas as mulheres, pelos pecados do mundo. Descodificar o significado simbólico da serpente, antigo e difundido símbolo da sabedoria feminina, é fundamental para compreender os níveis mais profundos da história da humanidade. Na Cabala, a tradição mística do judaísmo, a serpente sobe pela Árvore da Vida para retornar à fonte.

A natureza fragmentada e confusa de Lilith, no mito e na astrologia, pode reflectir as maneiras como as nossas escolhas fracturaram a psique humana, e ela pode deter a chave que poderia abrir possibilidades de cura. Furar o véu da persona enigmática de Lilitih pode dar aos homens e mulheres modernos uma energia que confere poder e que é muito necessária no mundo de hoje. Alguns simbolistas sugeriram que a Idade de Aquário pode ser simbolizada por jardins e por uma Terra mais verde. À medida que a consciência humana se expande, creio que todos beneficiaríamos se redimíssemos a nossas naturezas separadas.

Integrar todas as partes da nossa feminilidade, incluindo a sexualidade e os mistérios da velhice e da morte, poderia tornar-nos mais fortes e sábios ao enfrentar os actuais desafios ambientais.

“Lilith: Deusa, Demónio ou Lua Negra da Terra” por Julie Loar (Julie Gillentine)

- artigo retirado de Queen of Cups, Inc. /Antiga Sabedoria para o Mundo Moderno, e que foi publicado com autorização da “Atlantis Rising Magazine”,#71 (Trad. Elisa Soares)
REPUBLICANDO...

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostaria de pedir uma postagem especial: sobre o medo de envelhecer. Por que toda mulher tem esse medo?