O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
segunda-feira, agosto 22, 2011
DONA DOIDA...
Estou no começo do meu desespero
E só vejo duas saídas:
Ou viro Doida ou viro Santa
Como abrir a janela se não for Doida?
Como fechá-la se não for Santa ?
(Dona Doida, Adélia Prado )
A mulher encontra-se constantemente face a este dilema: abrir a janela à sua natureza mais profunda, instintiva , sensual , a doida, ou então; fecha-la, e corresponder a ao modelo da mulher bem comportada, a santa, a inocente, a que ama de um amor dedicado e generoso, a mãe.
Viver estes dois aspectos do “ser mulher” em simultâneo, remete para um exercício de contorcionismo que só muitos anos de vincada paciência e muitos conflitos (internos e externos) podem leva-la a ver as rugas deixadas por estes estereótipos e conduzi-la à mulher consciente da sua natureza unificada.
Enquanto a mulher não tiver libertado estes dois aspectos do seu ser não se sente inteira e transfere para o homem o poder de fazer dela mulher, tornando-se assim, escrava do comportamento do homem e eternamente insatisfeita consigo e com os outros. É como se a mulher dissesse: Faz de mim mulher pelo teu desejo, pelo teu ardor. Dar-te-ei tudo de mim com a condição que tu fiques inteiramente comigo e que eu seja tudo para ti.
Não se trata contudo de integrar nada, como ouvimos frequentemente dizer, mas sim de conhecer profundamente as suas facetas e liberta-las das amarras das polaridades para que elas se unifiquem.
ANA VIEIRA
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