O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, outubro 22, 2012

A MENINA...

 
 
Em qualquer idade
“Quanto mais condicional e instável seja a admiração do outro significativo, tanto maior será a dependência do sujeito e o seu desejo de que não se produza o menor afastamento da perfeição para não se expor ao trauma narcisista da rejeição”.
Hugo Bleichmar O Narcisismo
Parece ser esta a nossa natureza. É assim na infância - pela dose insuficiente de amor, segurança e tolerância, a criança tende a manifestar dificuldades em aceder a uma real autonomia.
Quando mal tratada pelos pais ou substitutos, torna-se tambem paradoxalmente dependente destes, ao revelar anseio de proximidade ou até comportamentos de oposição que são outras formas de ligação (pouco saudáveis).


Pode ser assim na vida adulta – arriscamo-nos a ficar numa relação doentia, dependentes daqueles que nos dão pouco, mas que recorrem para isso, a um doce veneno ao se apresentarem fantásticos e indisponíveis. Ou agressivos, de vez em quando. Este comportamento agressivo, também serve para manter o vínculo e gerar no outro, sentimentos ambivalentes de amor e ódio.
Se não tivermos recursos de recuperação suficientes, esta condição pode transbordar para áreas da vida que exigem autoconfiança, capacidade de confiar nos outros e correr riscos.
Ao medo de tudo, não amamos, não estamos apaixonadas. Estamos dependentes.
 
COMENTÁRIO:

O PROBLEMA Real da falta de amor da criança e em criança começa com a nossa cultura e sociedade patriarcal ...com a falta de amor e respeito pela Mulher Mãe e também pela falta de consciência e integridade da Mulher-Mãe em si...

É que a MÃE NÃO PODE TER AMOR PARA DAR À SUA CRIANÇA SE ELA NÃO É AMADA em menina como menina nascida, logo à partida...

A questão é pois: se a menina não é desejada em geral pelos pais e a mulher é repudiada na sua identidade instintiva e sexo (pecado) e educada na submição e debaixo do domínio do homem, seja o pai, o irmão, o marido ou o padre ...ela nunca poderá amar os filhos...seja menina ou menino, embora mesmo assim prefira os meninos...

(...mas ficamos aqui no eterno dilema de se o ovo nasce primeiro se a galinha...)

 (Tenho tentado saudá-la...mas nunca acerto nas letras?) 

  rleonor

Sem comentários: