O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, outubro 25, 2012

O PARADOXO...é sagrado...


"O sofrimento pessoal começa quando somos crucificados entre dois opostos. Se tentarmos abraçar um sem pagar tributo ao outro, degradamos o paradoxo ao nível da contradição. Todavia ambos os lados dos pares de opostos devem merecer e ter igual mérito. O sofrer a nossa confusão é o primeiro passo para a cura. "(1)

"Passar da oposição (sempre uma discórdia) para o paradoxo (sempre sagrado) é dar um salto de consciência. Esse salto transporta-nos através do caos da meia-idade e dá-nos uma visão que ilumina os dias que nos restam."

In "OWNING YOUR OWN SHADOW" Robert A. Johnson

(1) Sofrer em latim: sub plus ferre= suportar ou permitir

Realmente há muitas pessoas que se não permitem sofrer...ou consciencializar da sua sombra; tem um medo pavoroso de qualquer forma de sofrimento e por isso não aceitam olhar e ver o seu outro lado; e refugiam-se nas crenças que as instigam a ser sempre boas e positivas...que as obrigam a pensar sempre o bem como solução e a fugir do mal...Elas nunca se aperceberão assim que essa dualidade do ser é inerente à condição humana e que só será superada num plano superior de entendimento, numa Visão porventura transcendente, porque ultrapassa os limites do concepcional, o que pode acontecer ao passar-se por uma qualquer iniciação (meditação); e só depois de integrar a sua sombra simbolizada na descida aos infernos, aceitação da face negra em si e passar pela porta proibida do dogma, vencido o medo da escuridão, podem então Ver a Luz e compreender que elas são mais do que a expressão da sua dualidade bem e mal e que a noção de bem e mal diferem de cultura para cultura, de tradição para tradição, de religião para religião e com os séculos...


Por isso, passar da discórdia para o paradoxo, do plano racional para o sagrado é tão difícil porque as pessoas comuns não suportam essa coexistência por uma ideia falseada e mental/ocidental de ser coerente associada à "bondade" católica ou à nova vaga "new age". Superar esse plano da dualidade como opostos inconciliáveis é fundamental, porque eles são complementares; como é fundamental que tenhamos sempre presente os dois lados do ser a todos os níveis, e compreender muito particularmente no caso das mulheres o feminino na sua totalidade (unindo as duas mulheres cindidas) e só então poderemos unir os dois pólos da nossa humanidade, Yin e Yang ,para enfim perceber que só na visão interior, superior, porque acima do mental redutor, percebemos que o que está em cima é igual ao que está em baixo. rlp


* "A aprendizagem da realidade sem rosto é dolorosa, assusta (porque destrói o ego) mas é uma aprendizagem que se faz"
(...) Jung

1 comentário:

Ná M. disse...

Querida Rosa, nos fale mais sobre o Paradoxo !!!!!!