"Afrodite, retribuiu-me um riso franco e malicioso.
Disse-me ao ouvido: 'Estarei ao teu lado' e introduziu a quarta mulher, apresentando-a da seguinte maneira:
...
Esta é a Lua, a Deusa que é feita de uma célula de cada mulher.
Ela representa a voz de todas Nós. O Seu canto é a melodia de todas as mulheres quando fazem Amor, quando criam os Filhos, quando limpam a casa, quando trabalham, quando sonham, quando lutam, quando perdoam e quando enfeitiçam com as suas obras.
A Lua que até ali permanecera calada, aproximou-se e disse-me:
Eu sou a Senhora do sangue sagrado, a meretriz dos sucos vaginais. Fui eu que te embalei nos braços e disse a todas que eras mulher. Sou eu que ainda te guio nos descaminhos que inventaste. Sou eu que sustento as violações de um corpo que mutilaste.
Tu és parte de mim mesma. Tu és Lua, mulher e loba.
Serás assim até ao instante final:
Não serás ferida, porque és cura. Não serás dor, porque és prazer. Não serás culpa porque és Vida. Não serás certeza, porque és abismo"
MÁRCIA FRAZÃO
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