O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 19, 2013

A MULHER DIVIDIDA...

 
 
HÁ MUITOS ANOS QUE DIGO O MESMO E não sou psicóloga...

"Descrevi a mulher tal como ainda hoje a vejo: dividida" - Simone de Beauvoir

"Nossa História é pautada num modelo patriarcal, e este se encorpou de forma tão intrínseca que quase não nos sobra criatividade para entender um funcionamento social diferente. O machismo está por toda parte, escamoteado por de trás de algumas revoluções que duramente o público feminino conseguiu promover. Mas o pior dos machismos não está nas leis e nos direitos, pois estes já melhoraram bastante. O machismo sólido reside em nossas psiques, em nosso comportamento, em nossas dúvidas e expectativas. O nosso formato de mulher ainda é este, e nosso próprio julgamento moral nos concerne este papel. É aí que entra o orgasmo feminino. Aparentemente não há uma li...gação direta, e pode parecer discurso feminista levantando uma questão social. Mas este passeio pela história do machismo é apenas para nos remontar uma realidade que faz parte do nosso passado, e portanto que preenche nossos conteúdos coletivos."

"Há muitos anos a mulher foi divida em dois caminhos: o da esposa e o da promíscua. Desde então o sonho romântico feminino foi casar e ter filhos. Felizmente aberturas novas se deram de uns tempos para cá e as mulheres de hoje em dia mantém suas idealizações pautadas em mais do que isso. Contudo, o conceito de respeito à mulher ainda reside bem próximo a moralidade sexual. O passado patriarcal comprova que por muitos e muitos anos a função social da fêmea era oferecer herdeiros legítimos ao seu marido, e promover assim a manutenção e repasse do patrimônio daquele clã familiar. Se o sexo para a mulher por muito tempo fora por fins reprodutivos, e muitas das vezes, com parceiros não escolhidos, e sim decididos, o prazer em seu fim fora descartado, quando mais se considerarmos que a satisfação sexual estava vinculada às prostitutas da rua, que representam esta sombra do feminino, enquanto à dama se reservava o lugar intocável muito bem representado pela “Virgem Maria”."
(...)
Catherine de Almeida Plata

1 comentário:

Unknown disse...

Legal que gostou, Rosa. Gratidão.
Abraços Catherine Plata