O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 27, 2013

O CAMINHO ESPIRITUAL DA MULHER


 
 
 
UMA GRANDE DIFERENÇA...

NO caminho de uma realização interior é sempre o ego e a personalidade, adquirida, substituta de um verdadeiro eu, que nos impede de descobrirmos quem verdadeiramente somos e de acedermos a uma consciência profunda, mais vasta...Quando se fala em individuação em vez de individualidade, intui-se de facto uma realização pela união dos opostos em nós, do ser de superfície, da mente sempre dual, para uma integração do todo que somos, na tríade corpo/alma/espirito, para nos unirmos finalmente ao uno...Existe porém uma diferença para a mulher que nunca foi referida nem pelos psicanalistas nem pelos espiritualistas em geral pois eles nunca se aperceberam da cisão da mulher em duas espécies de mulheres na sociedade patriarcal...Afinal a cisão da psique feminina é o que a impede dessa união de facto em si mesma, de um casamento consigo mesma...E enquanto a mulher não integrar os dois aspectos de si mesma, sombra e luz, mas mais do que isso, porque a sombra da mulher não é apenas a sombra (do seu lado oculto lua e do inconsciente, etc.) ...é também uma parte de si sufocada pela ordem patriarcal, anulada na sua essência, rejeitada como valores do instintivo, e que correspondem ao Princípio feminino da Humanidade. Todos os aspectos deste princípio foram, juntamente com a mulher, rechaçados para 2º plano...e é aí que incide um trabalho particular de resgate da mulher...e creio que só depois desse resgate do feminino ontológico, ctónico, a mulher poderá então começar o seu caminho espiritual, imbuída de novo do seu poder do útero, e então perder uma individualidade/máscara para se dar como um todo, centrada na sua essência, na sua verdadeira "individualidade", pois cada uma será a expressão de si mesma como um todo tal como as flores entre todas não perdem a sua essência e as suas características e cheiro...não esqueçamos, uma rosa é uma rosa...e um gladíolo é um gladíolo....ninguém perde a sua expressão de verdade interior e pessoal num caminho espiritual.
O que nos causa dano e resistências ...à partida, é o ego, é a perda da máscara, da couraça com que nos defendemos, e do simulacro...

rlp

2 comentários:

Anónimo disse...

Exelente texto; concordo totalmente.
Agenor

Anónimo disse...

Exelente texto; concordo totalmente.
Agenor