O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, julho 07, 2015

Mas há mais alguma coisa...

AS SUBJECTIVIDADES DO SENTIR...


Mas há mais alguma coisa... Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar. - Fernando Pessoa


A verdade é que eu não sei que lhes dizer - hoje acordei doente ou triste, não sei...acontece. Tenho dias em que o folclore incrível que é este mundo me apavora e entristece e fico estarrecida sem saber como viver...isolando-me, calando-me, sem perceber o que é que eu faço neste mundo cada dia mais estranho, violento e caótico, aberrante...onde a mentira e falsidade prevalecem e a sinceridade aborrece e todos fingem ser o que não são?
ah, dizem-me que devo olhar para dentro, meditar...pois, e meter-me numa cela por vontade própria (não sair de casa) antes que me metam a mim num hospício...ou acabe nas filas de dementes que assistem a todo o tipo de espectáculos sem sentido aos gritos histéricos e a dançar!
Às vezes isto passa-se - só não sei porque o digo publicamente, não devia...não é correcto dizer o que se sente...sem estar sempre a querer  animar compulsivamente os outros a viver as mentiras que todos vivemos...e calamos, as coisas da alma.


É certo de que o amor infinito está dentro de nós ...que todos os seres humanos lhe poderiam ter acesso...é certo que todos temos vislumbres desse amor...e desse infinito que nos transcende...mas não vamos agora confundir a ideia vaga que temos com a realidade que vivemos aqui na terra, tão dispare e tão longe dessa percepção. Há porém quem confunda a ideia ou a crença com a experiência...e se convença de que vive o que não vive e assim, nem sequer se dá ao trabalho de aprofundar o seu ser na busca dessa essência - vendendo gato por lebre - salvo seja...o gato! (e a lebre!)
 

rosa leonor pedro
 

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