O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 07, 2024

terça-feira, junho 04, 2024

QUAL É O LADO VENCEDOR DA MULHER?




"Ser uma mulher requer uma grande quantidade de força. O seu sistema glandular, a sua inteligência e a sua consciência têm que ser extraordinariamente fortes para que possam estar do lado vencedor."

NÓS MULHERES NÃO QUEREMOS PERTENCER AO LADO VENCEDOR!

POR ISSO Nenhum Mestre, nem nenhum homem, tem autoridade e conhecimento do que é ser Mulher - não tendo ele nascido mulher - para poder transmitir qualquer conhecimento à mulher sobre si mesma; isto é um absurdo independentemente da mulher ser um ser humano e como tal poder fazer um caminho espiritual paralelo ou não com o homem, ela é essencialmente diferente do Homem porque tem uma ligação directa ao Utero e do utero ao coração e a garganta... Sendo assim a mulher tem de reencontrar essa voz do Utero e encarnar de novo as forças que dão vida e nos ligam a Terra Mãe, Gaia. Sabemos que por isso a mulher tem um caminho interior próprio, diferente do homem, porque ela é Iniciada por Natureza e a ela ligada e só tem que entrar em contacto com a sua essência primeira. Essa Essência feminina que lhe foi roubada.
A inversão dos princípios, feminino e masculino, colocou a Humanidade em estado de desequilíbrio e portanto não se trata de lutar por adquirir "igualdades" e direitos nem estar do lado do "vencedor" homem, mas de a mulher readquirir o seu poder inato que é a sua ligação a Utero a Terra e à Mãe. E isso será feito por e entre Mulheres e não por ou com homens. Nenhum homem tem uma palavra a dizer sobre o que é ser mulher a não ser amá-la e respeitá-la como mãe e amante. São as mulheres as grandes iniciadoras dos homens tal como são elas as mães que lhes dão a vida.
Na verdade toda esta propaganda acerca do masculino sagrado e o desvio do tema central que é o Feminino Sagrado, sem que a mulher faça esse mergulho no utero e nas forças primordiais do feminino ontológico, tudo isto não é mais do que cosmética patriarcal para vender o produto "espiritual" e continuar a manter as mulheres dependentes dos homens e do seu romantismo serôdio e também continuarem fiéis do senhor seu deus misógino.
A titulo de exemplo podemos  destacar aqui a afirmação de uma mulher que se move dentro da espiritualidade new age  a seguinte frase durante uma entrevista:

"O SAGRADO FEMININO COMEÇA NOS HOMENS E O SAGRADO MASCULINO NAS MULHERES"...

Que enormidade e disparidade há  nesta afirmação, enganosa e desviante de um propósito feminino mais urgente do que nunca e que NÃO desvie as mulheres do seu centro animico e ontologico?
Que falta de senso e de genes femininos, que falta de consciência do que é a ESSÊNCIA da Mulher e da sua constituição genética e morfológica. É o Utero e os ovários que definem a capacidade geradora e receptiva e amorosa da mulher e esta senhora  inverte os aspectos psiquicos de cada um dos sexos, tal como de algum modo Jung fez ao dizer (grosso modo) que o homem é a anima e a mulher o animus...
E porque falar em SAGRADO aqui? O sagrado exige consciência de si e realização profunda do Ser Humano, exige transcendência. Mas exige principalmente que a Mulher seja A Mulher e que o Homem seja o Homem coisa que nem um nem outro ainda são...

Por outro lado, COMO PODE UMA MULHER FALAR DO HOMEM? é o que sempre pergunto...será da mesma maneira que o homem tem falado da mulher ao longo dos séculos, inventando-a...?
Que a mulher fale do seu sentir mulher e desejo (porque se trata do seu desejo-projecção) e não do sentir dos homens - que sabe a mulher ao certo do sentir masculino sendo ela uma mulher? Tal como sabe o homem do sentir da mulher - é por isso que diz que ela é estranha esquisita e histérica? 
Que pode uma mulher falar de homens que não o que inventa e projecta de si? Afinal as mulheres quando falam dos homens, falam do que seria o seu  ideal amoroso do casal, pois que falam e pensam  apenas em termos de par e de metades... E assim elas obedecem a todas as hierarquias patriarcais que obedecem a formatação da sujeição submissão da mulher? 
AS mulheres sem entenderem que dentro do Sistema patriarcal, no actual paradigma e sem sairem  dele existem apenas relações de dominação de um sobre os outros, ou antes do homem sobre a mulher, e assim não conseguem sair do circulo vicio da sua formatação romântica.  
 

rlp

A DOMINAÇÃO PATRIARCAL




COMO A SOCIEDADE PATRIARCAL NOS CONTROLA AO NIVEL DO PODER INSTITUIDO, SEJA PELA EDUCAÇÃO DESDE PEQUENOS, EM FAMILIA, SEJA NA "CATEQUEZE" SEJA NAS ESCOLAS.


“Li num texto que diz que as pessoas devem aprender a mandar sem arrogância e a obedecer sem humilhar-se. Como se o facto de mandar não pressupunha a arrogância – a superioridade hierárquica - de crer-se que se pode mandar. Porque quando mandamos nos noss@s filh@s estamos a inocular neles a falta de respeito à sua integridade como seres humanos, pois lhes estamos inculcando a ideia de que a hierarquização social é o normal e o natural. O que na realidade é proposto com a ideia de mandar sem arrogância é para que a ostentação da superioridade fique dissimulada, para que se aceite sem problemas o estado de inferioridade, e que a couraça especifica (as defesas criadas pelo individuo para se proteger) a da nossa submissão não nos permita perceber o ultraje à dignidade que supõe a submissão (por isso assim também aprendemos a obedecer sem nos sentirmos humilhad@s). É a ‘educação emocional’ contra natura. A forja de um bom encouraçamento (a armadura de defesa) para viver como normalidade as relações de dominação. Porém, mandar, e portanto, dominar alguém, não é próprio da condição humana: é uma arrogância per se e um ultraje à dignidade humana, essa mesma arrogância pode ser manifestada ou dissimulada; e submeter-se é prescindir da própria dignidade, ainda que estejamos tão acostumados a submetermos a tudo e todos os dias, que não consigamos percebê-lo. Para contar-se as coisas, dar ou receber informação, e agradar mutuamente, não é preciso, por um lado, ter arrogância, nem couraça, nem humilhação, nem pelo outro, de ultrajar a dignidade própria ou a alheia.
Esclarecido tudo isso, também há que se dizer que há uma possibilidade de se obedecer sem se humilhar: quando se compreende, por exemplo, que tenho que obedecer ao meu chefe no trabalho, ao meu pai ou à minha mãe em casa porque faz parte do sistema social, ainda que não faça parte da vida (precisamente sendo disso que nos querem convencer, mas isso é mentira). Ou seja, obedecer por imperativo legal, sem mentiras nem camuflagem, sem me interiorizar nem crer-me pela minha condição de menor, que me corresponde a de ser assalariad@, ou pelo meu sexo ou pela minha raça, etc. Temos que explicar à noss@s filh@s que as vezes obedecemos por imperativo legal, quando não há mais remédio (no colégio, no trabalho), mas dizendo a verdade para que não percam o respeito para com el@s mesm@s, nem caiam num estado de submissão inconsciente, e preservem a sua dignidade interior intacta, a integridade das suas qualidades inatas.
A dominação sempre começa em casa, na família. É a repressão que exerce a mãe e o pai sobre a criatura, e que eles exercem porque a sociedade lhes outorga o Poder de facto para exercê-la.


P 191 A rebelião de Édipo II parte – Casilda Rodrigáñez Bustos