Quando havia o poder de tocar fundo na terra e aí tocar o seu coração ardente. E com ele, todas as coisas. Naquele saber de alma a alma, de fusão. Ir pela estrada, e as árvores passarem ao meu lado (através de mim), ardendo em chamas.
Porque o que era dado ver e tocar, era a vida nua, desvendada.
E pensar: tê-lo possuído o Paraíso, no meio do inferno. Ah, as pontas dos dois cones que se tocam.
O Paraíso está então nesse centro, rodeado pelo inferno como círculo de fogo? (É então o Paraíso o coração do Inferno?) É a vida o preço do Paraíso? Consumida, depurada, ao passar esse anel de fogo?
A vida própria, para atingir a outra, a verdadeira?
Oh, coração ardente, precioso.
E depois, no fim, fugir pelo alto.
(16/3/1964)
in a Força do Mundo
Dalila Pereira da Costa
2 comentários:
Ela foi lavada e embalsama, cingiram seus cabelos com rosas e passaram hidromel nos seus labios, perfumaram lhe o corpo com mirra e desenharam lhe a crescente na texta e em seu ventre a meia lua.Tudos os antigos simbolos nela foram ocultados, e no portal da vida desenhram serpente que se moviam e retorciam, as Serpentes Sagradas que conheciam todos os misterios do sexo e haviam nos libertado da prisão de Deus: A expulsão do Eden como uma benção e a mulher como uma abençoada.Cante mulher e sopre vida nela e Ela ha de ressurgir para o mundo.
muito bonito...
abraço
rl
Enviar um comentário