O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, agosto 08, 2010

EXORCISMO: EU QUEIMO E LANÇO FOGO...

SHEKIMT

"Eu queimo e lanço fogo
e arremesso dardos dos meus olhos
Eu rebemto e rujo
as minhas arestas são afiadas
e eu corto fundo
minha energia é forte e fogosa
e meu desagrado
tem de ser manifestado.
Embora algumas vezes eu seja gentil
posso ser muito emotiva.
Uma vez provocada
sou difícil de descartar.
Sou sempre adequada
sempre necessária.
Não tentem livrar-se de mim.
Preciso ser reconhecida e ouvida.
EU SOU A RAIVA."


Oh
brilha para dentro de mim
Acende teus luzeiros em meus olhos
Ergue teus braços oh prenhe de tudo
Oh vaso
Oh via láctea de nos amamentares com teu leite
de sombra
Oh úbere e pródiga
Aleita tua ninhada faminta
Grande fera luzidia
Grande mito
Grande deus/a* antigo/a
Oh urna onde todos dormimos


ANA HATHERLY
(* no poema está deus e eu espero que a autora me perdoe... )


- Vai!...Vai!...Chegou a hora! Vai unir-te às humilhadas filhas da noite, tuas irmãs! Ao som dos tambores do sangue ide acordar a Grande Mãe! Quebrai o vidro tumular em que o tirano coroado de louro aprisionou a sua augusta ira! Chegou a hora! Libertai a fúria exilada nos cristais do seu sono milenar! Chegou a hora! Com o tirso do ódio excitai as matilhas do instinto! Lançai as ágeis cadelas de Lyssa aos calcanhares do déspota solar! Que o seu poder decline e o cadáver seja de novo oferecido à vingativa rapina das bacantes!


In A MADONA de Natália Correia

Sem comentários: