O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, maio 14, 2012

As diferentes Faces da Deusa, as diferentes idades da mulher


 OS RITUAIS DE PASSAGEM.


"A expressão francesa “Rites de Passage” foi adoptada por antropólogos e escritores europeus para definir todos os rituais e cerimónias que propiciam a passagem de uma pessoa para uma nova forma de vida ou um novo status social. Segundo o escritor Arnold van Gennep, os ritos de passagem são cerimónias que existiram e existem em todas as culturas, antigas ou contemporâneas, primitivas ou urbanas, acompanhando cada mudança de idade, de lugar, de estado ou de posição social.

Infelizmente, nas sociedades modernas estas celebrações foram sendo reduzidas - algumas delas mesmo ignoradas - e outras deturpadas.

Um rito de passagem totalmente relegado ao esquecimento é a celebração da menopausa.” - Mireille F.



Estava a pensar justamente nesses RTUAIS DE PASSAGENS e em como seriam úteis agora, devido a alguns confrontos que de vez em quando acontecem entre gerações, como nós agora dizemos, para concluir para mim mesma, a noção de que não podemos discutir experiências e vivências ou mesmo as crenças umas das outras, sem ter em conta essas diferenças de idade ou de gerações como se diz. Porque aquilo que faz de nós a conhecedora é a experiência e a vivência; e essas experiências e vivências têm de estar de acordo com os estádios da sua vida – que são patamares distintos ou degraus - que concluem o somatório dessas vivências em significados…e que estes correspondem por sua vez, quer queiram quer não, às suas idades que são símbolos das diferentes Faces da Deusa...

Depois da Jovem, da Mãe e da Velha temos "a sábia" - aquela que sabe - e não o digo apenas por me encontrar na idade ou fase da vida que me coloca nesse sentido numa posição privilegiada, à partida, mas pelo facto de ter passado pelas diferentes idades e estágios da mulher. É certo que não fui Mãe mas resgatei a Mãe para mim…e esse foi o meu trabalho pessoal, o meu parto de alma. Resgatar a Mãe para a Filha….

Assim, não há como contornar a questão da Mulher Jovem, da Mulher Madura e da Mulher Velha. São fases distintas da vida que correspondem a vivências e patamares diferentes...de acordo com essas Faces da Deusas...

Bem sei que neste mundo moderno, em que não há ensinamentos ou iniciações de acordo com essas idades na mulher (e tão pouco no homem), não há também por consequência nenhum respeito por essas fases e tudo se mistura; e para agravar as cosias temos uma cultura que se pretende abrangente e que não faz mais do que perverter a nossa realidade interior pela ideia deturpada de uma suposta "igualdade e democracia" e assim ninguém ouve ninguém nem ninguém respeita ninguém...Vemos esse exemplo nas escolas entre alunos e professores e mesmo dentro das famílias ou em grupos. Já ninguém sabe qual é o seu lugar. E toda a gente pretende ter razão e assim em vez de nos basearmos na nossa experiência de vida, baseamo-nos em ideias da vida…em psicologias, em filosofias em pedagogias, temos técnicas disto e daquilo, mas sem a uma verdadeira experiência ou vivência do real, uma Consciência do ser que não é só mental intelectual mas principalmente conhecimento adquirido pela experiência, saber integrado. E há coisas que só a idade e a experiência nos pode ensinar e por mais livros que leiamos e saibamos de tudo isso não significa SABER verdadeiramente. E isso é válido para todas as idades…

rlp  

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