O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, abril 10, 2022

CANSADA DE MENTIRAS E HIPOCRISIAS



Fico estupefacta como há pessoas, sobretudo mulheres e contra toda as evidências do contrário, que ainda acreditam na FELICIDADE.
Ainda vivem a adiar a realidade e talvez uma vida satisfatória não fora o sonho de uma felicidade absurda que nunca existiu na terra. Não, não há nem nunca houve felicidade na terra nem nada que se pareça. É só miragem e ilusão, uma projecção da vida ideal como uma religião – virados para o futuro e para o alem, seja no ceu ou nas estrelas, seja algures num paraíso artificial. 
A terra nunca foi um Paraiso. A natureza destrói e dizima espécies…Tudo nasce e apodrece… Os animais matam-se uns aos outros para comer, e os homens morrem de doenças por comer cadáveres e também se matam uns aos outros somente por ganância e ódio e crenças. Eles marcam o terreno como cães e gatos…fabricam armas e estão se nas tintas para os humanos que morrem… mulheres e crianças que matam e violam sem qualquer escrúpulo.
Onde é que há felicidade mesmo quando há paz? Paz também é um mito, ela nunca existe na realidade, fora de nós, mas nós ignoramos as guerras e a fome lá longe e fingimos que somos felizes…e amamos o próximo, a maior mentira que já existiu. Quando vem a peste quase nos comemos uns aos outros ou matávamos também se pudéssemos…

Isto de acreditar na felicidade é também uma espécie de romantismo proveniente de idealizações e cultos antigos. Ninguém quer viver nesta realidade… Por isso inventam-se hotéis e férias e descanso para fugir a escravidão do trabalho…cria-se musica e arte e romances para simular realidades enquanto camuflamos os nossos males e sofrimentos. Cantamos e dançamos para exorcizar a dor e o vazio de não haver respostas ou sentido para a nossa vida…

AS pessoas pensam que por pensar coisas bonitas e acreditar no amor ele é verdade… e não percebem que se olhássemos todos a nossa verdade e tivéssemos o reconhecimento desta realidade, ela podia dar-nos muita mais compreensão do fenómeno vida-morte que nos transcende. Penso que se olhássemos a realidade nua e crua e sem medo e não fossemos tão fantasistas e cegos acerca da vida na Terra talvez encontrássemos respostas para o nosso vazio existencial que vem dessa projecção constante com que criamos deuses e anjos e fantasias celestiais e vivemos de idealismos sociais a acreditar no que não existe. Mas só tarde demais vemos isso – sim só a idade nos mostra isso... e eu digo-o porque sou velha...Não me restam mais ilusões nem fantasias… a morte aproxima-se e eu quero a verdade, doa o que doer, em vez de qualquer felicidade fictícia…



rlp


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