O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, abril 10, 2022

Não vejo solidariedade verdadeira, não vejo irmandade neste mundo...

 


Não tenho escrito nada porque estou a atravessar uma fase drasticamente ceptica ou pessimista. Não consigo levar a sério tantos conselhos celestiais e promessas ascensionais e 5ª dimensões, poemas e lindas frases de sábios e místicos e tantas coisas positivas e espirituais - ah corações ao alto! - ou lives e mais lives com promessas de curas e conselhos disto e daquilo e tanto ego, selfies e euzinhos insuflados com muita paz e muito amor e coisa nenhuma e tantas bajulações, que espremidas dá zero.

Lamento e peço desculpa aos meus amigos e amigas mas neste momento não consigo ver nada a acontecer na nossa realidade – é tudo para depois, amanhã, no ceu, no além, ou com naves ou anjos de asas etc.  Tudo isso de que todos falam, para mim não passam de histórias que ouço há mais de 20 anos e sei que é gente cheia de boa vontade e uma grande dose de ingenuidade, romantismo new age, o ficar a espera que o que quer que seja nos caia do céu…  Sem duvida que esta é uma forma de as pessoas atenuarem a sua dor e sofrimento perante a impotência e o horror da mentira, das pestes e das mortes, diante da crua Guerra.

Nada melhor do que um soporífero para adormecer as consciências alarmadas e confusas perante este caos humano…

Eu entendo que queiram pintar um quadro de cores suaves e alegres quando tudo é negro e feio, que é bom olhar para as estrelas quando o chão está cheio de sangue de inocentes…

Sabem estou à espera de anjos já há 30 anos… em 2000, esperava o fim do mundo… e agora… já não sei. Qualquer dia sou eu que parto para o outro lado… de alma nua e sem ideias nenhumas!

Entretanto, eu não me consigo alhear deste peso, desculpem, porque o que eu vejo é  a nossa humanidade num estado de impotência e de desolação cheia de medo, odiando-se e por outro lado altamente egoista e parasitária apenas concentrada  no dinheiro, cada individuo fixado no seu umbigo e na sua vidinha que vê ameaçada.

Não vejo solidariedade nenhuma, não vejo irmandade neste mundo. Lamento. Não consigo forjar nem simular um mundo a que não assisto nem sinto. Como nunca consegui acreditar num deus bom vivendo num mundo de horrores…

 

rlp

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