Meditando…ou reflectindo?
As vezes tenho tendência para ficar presa muito tempo entre a vontade de escrever…e ir andar a pé, sair por aí, caminhar pela praia, neste caso. Fico tão hesitante que acabo por não fazer uma coisa nem outra. É o caso de hoje…
É verdade que sou demasiado contemplativa e gosto de ficar quieta a olhar as coisas a aprimorar os pormenores, a compor os meus altares, a fazer os meus rituais…de entrega e oração a cada coisa que exponho é em adoração interior, não é exagero. Tenho imensos altares na casa, ergo um em cada canto…uma homenagem aos pontos cardinais, às forças telúricas e aos elementais…e tenho muitas vezes de contrariar esta tendência, ou memória de outra vida, quem sabe? Fui "sacerdotisa no Egipto"…disseram-me...Vem daí este pendor místico, esta exacerbação do divino e da Deusa?
Gosto das mais pequenas coisas e tenho tendência também para encher a casa demasiado… não colecciono nada de importante ou de valor social, mas guardo as coisas que têm um valor estimativo, um valor subjectivo, embora tenha imensas nossas senhoras, anjos e gatos…mas isso são referências maiores, exorcismos, protecções…são talvez os meus afectos projectados; os arquétipos ainda predominam na minha vida… apesar das emoções já gastas.
Todos nós vivemos a fazer projecções a inflamar as nossas aspirações e sonhos…mas no mundo hoje urge outra realidade. Uma realidade interior, de paz e amor sem idealismos nem religiões…Precisamos de uma realidade de irmandade de facto, de verdade e sinceridade entre as pessoas, de actos de abnegação e quem sabe algum sacrifício de nós mesmos em vez do egoísmo e de só pensar no nosso drama ou satisfação pessoal. Estamos saturados de mediocridade, mesquinhez, de ódio e de raiva, de ambição e poder e paradoxalmente de tantas ideias de cura e caridade e de “realização” espiritual sem a menor humanidade, sem a mais indispensável fraternidade. Confundimos tudo e aproveitamos o budismo e o yoga para sermos egoístas e fechados sem olhar realmente para os que sofrem como nós…
Há mais desumanidade hoje em dia em que tanto se fala de caminhos espirituais, nunca houve tanto Ego espiritual diga-se de passagm, e meditações e métodos salvíficos do que quando éramos apenas católicos ou comunistas… quando éramos apenas idealistas e sonhávamos um mundo melhor…à pauta de me tornar melhor eu mesma e cada um por si, e do caminho ser “individual”, esquecemos que vivemos em comunidade e precisamos uns dos outros e não é só para ganhar dinheiro a curá-los…
Só há um remédio e uma cura…só há um conhecimento e uma experiência válida nesta vida e que é amar…amar incondicionalmente, amar sem razão, amar por amar…porque finalmente percebemos que a vida é amor e tudo o resto é mentira e manipulação…
E para mim amar é sacrifício (sacrifício do ego?)...no sentido do sagrado, no sentido etimológico do termo – sacrun far - e não da ideia profana e desgarrada do medo da dor de doar e de se dar…
Sim é no dar, apenas no dar que se recebe!
Para mim este é o único Conhecimento que me interessa!
rlp
(roubei a imagem à Anna Paim: http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/ )
(agora vou dar uma volta... )
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
7 comentários:
no Egito não existiam sacerdotisas.
não que Akenaton me tenha avisado...
- e freiras houve?
será que eram as tais prostitutas "sagradas"?
Eu fui iniciada na india e no egipto a questão é saber se era homem ou mulher ou hermafrodita...
isto disse-me Maat...ou Bastit, já não me lembro...
rl
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
outra vez?
ai moloi, tá muito calor por aqui...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
quero a Rosinha descansada pra domingo, nada de stresses hein...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
E afinal, fizeste as duas coisas...
a postagem e a caminhada na beira da praia...
Essa é q é essa...
NANA ODARA reina suprema acima de todas as minhas blasfêmias!
Pois é...
bom mesmo é blas-femear...
kkkkkkkkkkkkkkkkk...
NANA ODARA...
vocês os dois, conterrâneos, passando pelas terra de portugal...um cá e um lá...indo e vindo, estão muito bem no samba como no fado...Não?
abraço
rleonor
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