“Fiquei sempre espantado por deixarem as mulheres entrarem nas igrejas. Que conversa podem elas ter com Deus? A eterna Vénus (capricho, histeria, fantasia) é uma das formas sedutoras do diabo.”
(J’ai toujours été étonné qu’on laissât les femmes entrer dans les églises. Quelle conversation peuvent-elles avoir avec Dieu ?
L’éternelle Vénus (caprice, hystérie, fantaisie) est une des formes séduisantes du diable.)
CHARLES BAUDELAIRE, Mon coeur mis à nu : journal intime (1868)
Também existiram grandes poetas... misóginos...
Pesquisei na internet sobre “iniciações femininas” e não encontrei praticamente nada a não ser sobre uma vasta informação sobre “mutilação feminina”…quer dizer que no nosso tempo abundam as excisões, a mutilação da mulher e não "iniciações femininas"...
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“Esta exclusão da mulher parece tanto mais surpreendente, pois que com o culto da Deusa-mãe honra-se o princípio feminino que dá a vida pela "porta estreita e iniciática", como o demonstram essas representações ricas e variadas, remontando a mais de 20 mil anos antes de nossa era. Esse culto deu nascimento ao das Virgens negras e depois ao de Maria a Imaculada Conceição na irradiação da Luz. Georges Duby, em um admirável livro, com um tom bem-humorado e brincalhão, comenta de maneira brilhante a atmosfera dessas Damas do século XII. Vê-se aí desfilar Aliénor da Aquitânia, que repousa atualmente em Fontevraud; a nossa bela e doce Heloísa que permaneceu a amante de Abailard, esse extraordinário inovador; mas recomendo-lhes também esse retrato de Maria Madalena, a pecadora, que anunciou pela primeira vez a ressurreição de seu bem-amado Jesus. Devido à Companhonagem, penso mais Maria Madalena nos Santos Bálsamos que em Vézelay. Todas essas mulheres permanecem, no entanto, dependentes dos homens, mesmo a bela Aliénor com suas imensas propriedades. Um livro rico e muito agradável de ser lido.”*
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http://www.gnosis-ed.com.br/num009.htm
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
2 comentários:
é incrivel por mais que falem sobre a Deusa e sobre o feminino,pesquisar iniciação feminina e so encontrar algo sobre mutilação...que acredito que seja a mesma que fizeram a modelo Waris Dirie,a qual nutro muito carinho
Ai me vem a pergunta será que teremos uma "segunda chance"?
Como é possível?? Parece que a Humanidade não deixa de dar um passo à frente e dois atrás...
Bjs *****
Ariadne
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