O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

O CAMINHO DA SERPENTE

A MULHER, PROFETISA PRIMORDIAL
E A SERPENTE
COMO SÍMBOLO DO CONHECIMENTO GLOBAL...


"... Se como já apontámos este território que hoje é Portugal,
tem a sua mais antiga referência literária na obra do escritor latino, Rufo Festo Avieno, a Ora Marítima, do século IV antes de Cristo,(...) e se esta primeira referência ao nosso território o designa com o nome de Ophiussa, como “terra de serpentes” e Saefes e Draganis como dois seus povos, e se numa passa passagem deste poema se cita o caso de que os Oestrimnios teriam sido expulsos daqui por uma invasão de serpentes – tudo apontará, entre símbolos, mito e história, através dum nome primevo dum território e de dois dos seus povos, como filhos ou adoradores da serpente, e por um acontecimento de sua existência colectiva, para a natureza ofídica deste território e sua humanidade. (...)”
*

*in ”Da Serpente à Imaculada” de Dalila L.P. da Costa


(...)

Aliàs era já muito antigo o culto da serpente na Lusitânea, como o demonstrou Mendes Correia no seu trabalho sobre A Serpente, Totem da Lusitânea. À Lusitânea se chamou Ophiussa, a terra da serpente.
Como escreveu Pinharanda Gomes, a Serpente é o sinal remoto que nos introduz numa geneologia a divinis do povo lusitano e dos seus valores religiosos. A serpente apresenta como símbolo do conhecimento global _ a serpente enrolada, a boca tocando o rabo, denomina simbòlicamente o universo do saber, a unidade do ser. (...) A serpente indica a gravidade e a esfericidade do universo, a saber de geonomia e o conhecimento dos elementos, patentes na simbólica da cruz celta.

Nos textos fragmentários que escreveu para o livro, nunca concluído, que se intitularia O CAMINHO DA SERPENTE, Fernando Pessoa disse que ELA (a serpente), liga os contrários verdadeiros, porque ao passo que os caminhos da direita, ou da esquerda, ou do meio, ela segue um caminho que passa por todos e não é nenhum. Ela é, acrescentou num apontamento nebuloso, na ordem material direita de Portugal.
(...)
*

*In “Portugal Razão e Mistério” de António Quadros



NO EGIPTO:


"Sabemos pelos antigos egípcios que a imagem de uma serpente era o hieroglífico para a palavra Deusa, e que a serpente era conhecida como o Olho, Uzait, um símbolo da revelação e sabedoria místicas
. A Deusa serpente conhecida como Au Zit era a divindade feminina do Baixo Egipto (norte) nos tempos pré-dinásticos. Mais tarde tanto a Deusa Hathor como Maat eram ainda conhecidas como o Olho. A uréu, uma serpente erecta, é freqüentemente encontrada ornando as testas da realeza egípcia. Além disso, erguia-se na cidade egípcia de Per Uto um santuário profético – possivelmente na localização de um santuário anterior dedicado à Deusa Ua Zit – que os gregos conheciam por Buto, o nome grego para a própria Deusa serpente.


O bem conhecido santuário oracular de Delfos erguia-se igualmente num local originalmente identificado com a adoração da Deusa. E mesmo em tempos gregos clássicos, após a sua conversão e à adoração a Apolo, o oráculo falava ainda através dos lábios de uma mulher.


Era ela uma sacerdotisa chamada Pítia,
que se sentava num banco de três pés, em volta do qual se enlaçava uma serpente chamada pitão. Além disso lemos em Esquilo que neste mais sagrado dos santuários da Deusa era reverenciada como a profetiza primordial. Isto sugere de novo que, em tempos relativamente recentes como a era clássica grega, não fora ainda esquecida a tradição, própria da sociedade de parceria, de buscar a revelação divina e a sabedoria profética através das mulheres.“*


*In O CÁLICE E A ESPADA – Riane Eisler "A NOSSA HISTÓRIA, O NOSSO FUTURO" Via Óptima Editores

4 comentários:

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

Sim, a sacerdotisa do oráculo entrava em transe, dizem que a devido de um vapor vindo da terra...Têmis a Deusa das Leis Naturais e era a Deusa da Profecia filha da Deusa Gaia, a Terra Mãe...O oraculo da Deusa atou em varias de suas faces: primeiramente como Gaia, e depois como Têmis e em seguida como Febee no fim usurpador por Apolo, mas a Deusa Têmis principio oracular e voz da Terra...Sabe se que a sacerdotisa e princesa da cidade de delfos Temistocléia foi a mestra de Pitágoras...Mas se achlar isso nunca é lembrado não e mesmo?

Parece até que só o Homem tem direito a filosofia e ao sacerdocio..Invoquemos então a Mãe Serpente para destruir as barreiras e a hipocrisia da nossa sociedade patriarcal.

rosaleonor disse...

Tem razão...tudo o que concerne a mulher como grande foi esquecido...

abraço

rleonor

Rogério Maciel disse...

Rosa , apênas O Conhecimento ...o "global" está a mais .
O Conhecimento já é Universal em SI , muito mais do que só terrestre ...e , "global" , é um têrmo que os Satânicos estadunidenses da (queriam êles)"nova ordem mundial" gostam imenso ...têm-no propagado/instilado constantemente pela Desinformação ainda nas suas mãos , para "metêr na cabêça" das pessôas , a "inevitabilidade" (pensam êsses segundo a sua secreta teoria...)do "govêrno global" ...
De resto , concordo consigo na essência , que para mim é o Espírito Santo , a parte Feminina de Dêus ...a História Evolutiva da Criação tem sido alternadamente Matriarcal e Patriarcal , e, se agora estamos a terminar um ciclo patriarcal , um nôvo Ciclo Matriarcal está a começar a entrar na História ...
Cumprimentos

Rogério Maciel disse...

Gaia Lil , compreendo o seu feminino desgôsto quanto ao ciclo Patriarcal ...muitos exagêros fôram cometidos pelos "homens" ...mas o mêsmo terá acontecido na anteriôr era Matriarcal, em que as "mulheres" que detinham o podêr , terão também cometido exagêros em relação aos "homens"...daí a mudança e alternância de ciclos na Criação...eu suponho que o próximo Ciclo , será Matriarcal , embora esteja bastante mais inclinado a considerá-lo um Ciclo do Espírito Santo , em que o Melhor dos dois Complementares Polos Sexuais/espirituais Governará o Nôvo Ciclo .
A Evolução alterna entre opostos , até que Encontra o Encontro entre os Dois , finalmente , na Unidade Harmónica do SÊR .
Cumprimentos