O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

STOP VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

“De acordo com dados disponibilizados pela ONU, 140 milhões de mulheres de todas as idades já foram sujeitas à MGF no mundo, sendo que, na Europa, vivem 500 mil mulheres e jovens mutiladas sexualmente e 140 mil estão em risco anualmente, segundo o Parlamento Europeu.

Mutilação Genital afecta
500 mil mulheres na Europa

por Lusa, Hoje

O primeiro ano do plano nacional contra a mutilação genital feminina (MGF), cujo balanço é hoje apresentado em Lisboa, serviu essencialmente para "dar o alerta social", destacou o vice-presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG).
(…)
“A MGF ainda é "uma realidade oculta, desconhecida", pelo que se torna fundamental "dar visibilidade e conhecimento público e social da problemática, de modo a que possa ser combatida de forma mais eficaz e para que as pessoas que, em Portugal, são vítimas dela percebam que começam a existir redes e que as instituições estão atentas e podem dar apoio", esclareceu.
(…)
Não há dados concretos sobre a prevalência desta prática em Portugal, embora se saiba que ela é comum entre determinadas etnias oriundas da Guiné-Bissau.
Seminário "Pelo fim da Mutilação Genital Feminina"
(…)
Com três painéis, o seminário contará ainda, entre outras, com intervenções de Zohra Rasekhl, do Comité para a Eliminação da Discriminação Contra as Mulheres, uma estrutura das Nações Unidas, e de Katja Svensso, que fará a apresentação da campanha europeia "Fim à MGF", promovida pela Amnistia Internacional-Irlanda, em parceria com organizações dos diferentes Estados-membros da União Europeia.

Também presentes estarão várias mulheres que são "vozes e rostos" da mutilação genital feminina e que, com base na sua própria experiência, se tornaram porta-vozes da luta contra a prática.

(…)
In DN

"Fim à MGF"

Não acredito muito no Sistema para não dizer nada,
mas a visibilidade de mais um crime hediondo, um dos muitos, contra a mulher no mundo é importante. Continuo a pensar que não são nem os políticos nem os homens que vão assegurar uma mudança ou uma consciência do valor e liberdade de uma mulher no mundo, mas o facto de alertar as próprias mulheres dentro do patriarcalismo para o facto já é um passo para o seu acordar. Essa mudança porém só pode acontecer a partir de dentro de cada mulher e se as mulheres ocidentais acordarem primeiro, depressa podem contaminar as mulheres do mundo inteiro. No entanto não vejo que seja fácil chegar aos milhares de mulheres mussulmanas em Àfrica, na Índia e no Oriente próximo para alterar alguma coisa, quando a própria mulher na Europa continua a sofrer todo o tipo de violências e abusos, nomeadamente exploraração sexual por Mafias de Leste e não só.

Por isso não vejo como, através de seminários políticos e filosóficos e os debates de carácter social e económico, possa haver uma mudança significativa na vida real dessas mulheres e na sua submissão ao sistema quando essas mulheres estão condenadas ao silêncio a que foram votadas, à sua subalternidade em casa e na sociedade. Ainda hoje, no mesmo jornal, lia que as mulheres continuam a sofrer grandes diferenças de salários pendentemente da idade e do sexo e até da cor...e isto em Portugal, que debate a questão da mutilação genital ao nível Europeu...

Também no Brasil se manifesta uma nova seita, creio, homens, que em nome de Deus, violam por intenção e missão expressamente mulheres lésbicas, para as lembrar do seu "dever" de fêmeas para com o deus macho...
O estertor de morte do mundo machista e a ascendência das mulheres no mundo leva os "homens" a actos de desespero radicais sempre que as mulheres ameaçam sair da seu controlo.

rlp

3 comentários:

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

"Quando a desgraça e a morte começam a se tornar assuntos triviais para as pessoas vemos que uma sociedade caminha a beira da autodestruição"

Isto é o que mais me choca...Não ficar chocada com tudo isso, ficar com raiva triste...mas não me surpreender como se isso fosse coisa do cotidiano...

As pessoas nada fazem, elas muito falam mas nada fazem e ou se fazem , fazem por elas mesmas e não estão nem ai para as outras mulheres do mundo...

Lealdade Feminina nivel mundial não existe.

Juliana Xavier disse...

Lealdade Feminina não existe...
é uma utopia...
mas é tbm um sintoma...
do despertar das mulheres...

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

Bom, creio que se nois nos unirmos em torno do simbolo da Grande Mãe e parar mos com nossas guerras, não permiter que nossos filhos sejam ensinados a sentir gosto disso, talvez possamos evoluir alguma coisa.

Sem a
Mulher-Deusa nunca se avança muito.Ou melhor dizendo não se avança nada.