“Amo-te”: é o momento em que a memória se apodera da experiência: memória que me ultrapassa de muito longe, lembrança do que não vivi. Conheço o amor antes de o ter experimentado, a certeza de amar é sempre um reconhecimento: é aquilo, aquilo que li, aquilo de que respirei o aroma fictício, vigiei os indícios e tanto esperei que me arrebatasse, é enfim, aquilo: “amo-te” existe em mim antes de o proferir, o sabor da primeira vez em conformidade com a prelibação que exala o amor de amar”.
“Ela veio, vi-a, estava embriagado por um amor sem objecto; esta embriaguez fascinou os meus olhos, o objecto fixou-se nela”
(Confessions, Rousseau)
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