O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, julho 21, 2010

O FIO DA NAVALHA?


“Amo-te”: é o momento em que a memória se apodera da experiência: memória que me ultrapassa de muito longe, lembrança do que não vivi. Conheço o amor antes de o ter experimentado, a certeza de amar é sempre um reconhecimento: é aquilo, aquilo que li, aquilo de que respirei o aroma fictício, vigiei os indícios e tanto esperei que me arrebatasse, é enfim, aquilo: “amo-te” existe em mim antes de o proferir, o sabor da primeira vez em conformidade com a prelibação que exala o amor de amar”.


“Ela veio, vi-a, estava embriagado por um amor sem objecto; esta embriaguez fascinou os meus olhos, o objecto fixou-se nela”

(Confessions, Rousseau)

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