O QUE OS HOMENS PENSAM QUE É UMA MULHER…
As vezes fico abismada com o que os homens e mulheres pensam da mulher mesmo nos meios pretensamente cultos digamos, ou pelo menos mais sofisticados, e que as opiniões sejam quase sempre uma chacota, uma leviandade ou mesmo injúria para a mulher…e com as quais elas convivem normalmente, ou até corroboram por incapacidade de resposta ou de falta de consciência de si mesmas ou ainda por mera sujeição ao homem. Há sempre uns “senhores” jocosos e convencidos que sabem muito das mulheres…e que têm o domínio da “coisa”…da sua “coisa”…
Acabei de constatar isso no facebook pelas respostas a um repto lançado pela Rita Ferro:
“Pergunta para senhoras e cavalheiros:
- O que é para ti uma Mulher?”
E podemos ler uma série de respostas sem sentido, ou melhor, todas vão num único sentido que é o da ignorância profunda do que é REALMENTE A MULHER. A enorme banalidade das respostas mostra como a mulher é (está, diria eu) um ser dividido, fragmentado, incoerente, contraditório e desconhecido de si mesma. Avaliada quase sempre pelos seus atributos físicos e de sedução. Ver como as mulheres se contentam com uns tantos elogios e larachas acerca do seu ser superficial é igualmente constrangedor e mostra a grande pobreza de sentimentos e de auto-estima em que se encontram.
Vê-las ceder ao tom paternalista e de supremacia dos homens…supostamente conhecedores e dominadores nas entrelinhas…é mais grave ainda…
Digno de nota, tirando o poema de Venícius, só uma citação feita pela Rita F. do pai António Quadros (esse sim um grande senhor!) :
«Uma só mulher contém todas as mulheres
e todas as mulheres não são ainda a Mulher.»
E a partir deste mote, afirmo não há dúvida de que a mulher não é ainda A Mulher, essa mulher que os poetas e os visionários ou os místicos sabiam que era a Mulher autêntica, a mulher essência, a mulher verdadeira. Essa Mulher, tal como diz Pawels citado por André V.L. que desapareceu há séculos, que foi dispersada, que foi aniquilada…e que nos nossos dias não existe!
"O problema é que quase não há mais mulheres. Sustento que as mulheres desapareceram, que houve uma catástrofe, que a raça das mulheres foi dispersada, aniquilada sobe os nossos próprios olhos, que não puderam ver.
Senhores, a mulher, a descendente do paleolítico e do neolítico, a nossa fêmea e nossa deusa, o ser que chamaria de mulher do homem, e que já não sabemos o que é, foi perseguida, atingida em seu corpo físico e em seu corpo mental, e devolvida ao nada!"
"Senhores, o ser que chamamos de mulher não é A mulher. É uma degenerescência, uma cópia. A essência não está aí, nossa alegria e nossa salvação não estão aí"...Chamamos mulheres a seres que dela não têm senão a aparência, tomamos em nossos braços imitações de uma espécie inteiramente ou quase destruída."
(…)
Mas examinemos esse crime. Extermínio físico em fogueiras: evocarei as centenas de milhares de mulheres, chamadas de bruxas e queimadas como tais, e os outros milhões de mulheres vencidas e transformadas pelo medo.
(...)
Extermínio pela propaganda, arma mais certeira que todas as outras...Guerra revolucionária empreendida pela Cavalaria contra a mulher verdadeira a favor de um novo ídolo. E enfim num plano mais amplo, mais misterioso e concomitante, mutação decadente da espécie. De tal forma que o ser fêmea autêntica foi substituída por um ser diferente. "*
Riam-se “senhoras e cavalheiros”…
Muitas dessas pessoas algumas “cultas”, homens e mulheres, que lerem este excerto farão chacota e acharão um exagero e um despropósito esta visão, a de uma realidade completamente escamoteada pelos intelectuais de esquerda e de direita deste tempo de alienação colectiva, em que a superficialidade e a uniformização da informação reduz tudo a umas tantas ideias igualmente superficiais e uns tantos clichés, do que é ser mulher.
Na verdade hoje, não há mulheres nem há homens. Há um ser sucedâneo do macaco e que não faz mais do que imitar tudo o que vê e quer “possuir”. E nessa linha tudo tem um preço e tudo se compra; e homens e mulheres tornaram-se mera mercadoria mais ou menos vendável no mercado das convenções sejam elas familiares ou institucionais. Hoje em dia vivemos num mundo onde não existe a dimensão do ser profundo, do ser ontológico e tudo se baseia na aquisição de bens, de um estatuto, nome ou fama, no circo mediático em que a sociedade humana se tornou.
Os palcos do teatro humano onde as emoções e os desejos andam a deriva e ninguém sabe o que é certo nem errado vai tudo na vertigem e na voragem da queda de valores na queda das bolsas e da crise económica. Todos vemos a enorme confusão do mundo, a sua desordem, o seu desespero, os conflitos mundiais raciais, religiosos, e principalmente a violência perpetuada sobre as mulheres em todo o mundo e que culmina agora no maior caos da crise económica e de valores a nível mundial.
Digo e mantenho que só quando a mulher for a Mulher verdadeira, quando reunir em si as duas mulheres divididas pelas religiões e pelo patriarcado, que criou a prostituta e a esposa para o servirem em campos diferentes dos seus interesses, que criou normas e leis que inferiorizavam a mulher e a baniam da sociedade activa, desde há séculos, historicamente sempre reiterado, e que nos nossos dias elegeu ou fabricou uma mulher de plástico ou de silicone, criou uma sociedade neurótica, cada vez mais doente, uma sociedade que vive de drogas, remédios e químicos e se aliena cada dia mais de valores fundamentais, dos princípios universais que são o suporte da vida e da evolução no Planeta.
No dia que a Mulher recuperar o seu estatuto de Mãe e Amante em toda a sua dimensão espiritual e ontológica e a sua perdida dignidade humana, então sim, a Humanidade caminhará para um novo paradigma e uma sociedade mais justa, mais equilibrada, fundamentada nos seus dois pólos ou alicerces: A Mulher e O Homem.
Rosa Leonor Pedro
*in TANTRA - O CULTO DA FEMININLIDADE
de André Van Lysebeth
As vezes fico abismada com o que os homens e mulheres pensam da mulher mesmo nos meios pretensamente cultos digamos, ou pelo menos mais sofisticados, e que as opiniões sejam quase sempre uma chacota, uma leviandade ou mesmo injúria para a mulher…e com as quais elas convivem normalmente, ou até corroboram por incapacidade de resposta ou de falta de consciência de si mesmas ou ainda por mera sujeição ao homem. Há sempre uns “senhores” jocosos e convencidos que sabem muito das mulheres…e que têm o domínio da “coisa”…da sua “coisa”…
Acabei de constatar isso no facebook pelas respostas a um repto lançado pela Rita Ferro:
“Pergunta para senhoras e cavalheiros:
- O que é para ti uma Mulher?”
E podemos ler uma série de respostas sem sentido, ou melhor, todas vão num único sentido que é o da ignorância profunda do que é REALMENTE A MULHER. A enorme banalidade das respostas mostra como a mulher é (está, diria eu) um ser dividido, fragmentado, incoerente, contraditório e desconhecido de si mesma. Avaliada quase sempre pelos seus atributos físicos e de sedução. Ver como as mulheres se contentam com uns tantos elogios e larachas acerca do seu ser superficial é igualmente constrangedor e mostra a grande pobreza de sentimentos e de auto-estima em que se encontram.
Vê-las ceder ao tom paternalista e de supremacia dos homens…supostamente conhecedores e dominadores nas entrelinhas…é mais grave ainda…
Digno de nota, tirando o poema de Venícius, só uma citação feita pela Rita F. do pai António Quadros (esse sim um grande senhor!) :
«Uma só mulher contém todas as mulheres
e todas as mulheres não são ainda a Mulher.»
E a partir deste mote, afirmo não há dúvida de que a mulher não é ainda A Mulher, essa mulher que os poetas e os visionários ou os místicos sabiam que era a Mulher autêntica, a mulher essência, a mulher verdadeira. Essa Mulher, tal como diz Pawels citado por André V.L. que desapareceu há séculos, que foi dispersada, que foi aniquilada…e que nos nossos dias não existe!
"O problema é que quase não há mais mulheres. Sustento que as mulheres desapareceram, que houve uma catástrofe, que a raça das mulheres foi dispersada, aniquilada sobe os nossos próprios olhos, que não puderam ver.
Senhores, a mulher, a descendente do paleolítico e do neolítico, a nossa fêmea e nossa deusa, o ser que chamaria de mulher do homem, e que já não sabemos o que é, foi perseguida, atingida em seu corpo físico e em seu corpo mental, e devolvida ao nada!"
"Senhores, o ser que chamamos de mulher não é A mulher. É uma degenerescência, uma cópia. A essência não está aí, nossa alegria e nossa salvação não estão aí"...Chamamos mulheres a seres que dela não têm senão a aparência, tomamos em nossos braços imitações de uma espécie inteiramente ou quase destruída."
(…)
Mas examinemos esse crime. Extermínio físico em fogueiras: evocarei as centenas de milhares de mulheres, chamadas de bruxas e queimadas como tais, e os outros milhões de mulheres vencidas e transformadas pelo medo.
(...)
Extermínio pela propaganda, arma mais certeira que todas as outras...Guerra revolucionária empreendida pela Cavalaria contra a mulher verdadeira a favor de um novo ídolo. E enfim num plano mais amplo, mais misterioso e concomitante, mutação decadente da espécie. De tal forma que o ser fêmea autêntica foi substituída por um ser diferente. "*
Riam-se “senhoras e cavalheiros”…
Muitas dessas pessoas algumas “cultas”, homens e mulheres, que lerem este excerto farão chacota e acharão um exagero e um despropósito esta visão, a de uma realidade completamente escamoteada pelos intelectuais de esquerda e de direita deste tempo de alienação colectiva, em que a superficialidade e a uniformização da informação reduz tudo a umas tantas ideias igualmente superficiais e uns tantos clichés, do que é ser mulher.
Na verdade hoje, não há mulheres nem há homens. Há um ser sucedâneo do macaco e que não faz mais do que imitar tudo o que vê e quer “possuir”. E nessa linha tudo tem um preço e tudo se compra; e homens e mulheres tornaram-se mera mercadoria mais ou menos vendável no mercado das convenções sejam elas familiares ou institucionais. Hoje em dia vivemos num mundo onde não existe a dimensão do ser profundo, do ser ontológico e tudo se baseia na aquisição de bens, de um estatuto, nome ou fama, no circo mediático em que a sociedade humana se tornou.
Os palcos do teatro humano onde as emoções e os desejos andam a deriva e ninguém sabe o que é certo nem errado vai tudo na vertigem e na voragem da queda de valores na queda das bolsas e da crise económica. Todos vemos a enorme confusão do mundo, a sua desordem, o seu desespero, os conflitos mundiais raciais, religiosos, e principalmente a violência perpetuada sobre as mulheres em todo o mundo e que culmina agora no maior caos da crise económica e de valores a nível mundial.
Digo e mantenho que só quando a mulher for a Mulher verdadeira, quando reunir em si as duas mulheres divididas pelas religiões e pelo patriarcado, que criou a prostituta e a esposa para o servirem em campos diferentes dos seus interesses, que criou normas e leis que inferiorizavam a mulher e a baniam da sociedade activa, desde há séculos, historicamente sempre reiterado, e que nos nossos dias elegeu ou fabricou uma mulher de plástico ou de silicone, criou uma sociedade neurótica, cada vez mais doente, uma sociedade que vive de drogas, remédios e químicos e se aliena cada dia mais de valores fundamentais, dos princípios universais que são o suporte da vida e da evolução no Planeta.
No dia que a Mulher recuperar o seu estatuto de Mãe e Amante em toda a sua dimensão espiritual e ontológica e a sua perdida dignidade humana, então sim, a Humanidade caminhará para um novo paradigma e uma sociedade mais justa, mais equilibrada, fundamentada nos seus dois pólos ou alicerces: A Mulher e O Homem.
Rosa Leonor Pedro
*in TANTRA - O CULTO DA FEMININLIDADE
de André Van Lysebeth
2 comentários:
Olá Rosa
Concordo plenamente. Eu mesma me sinto fragmentada. Sinto que algo falta como ser humano e como mulher... procuro pela verdade dentro de mim, mas é alarmante que muitas outras mulheres ainda não tenham percebido que não são inteiras, por assim dizer... obrigada pelo texto maravilhoso. Abraço
www.minhaverdadeinterior.blogspot.com
Venho aqui lhe contar um causo que bem ilustra seu texto
Eu sou jovem, acredito eu, saindo da adolescência, ainda. Arrumei a mesa para o almoço e minha avó entrou em casa. Vendo a mesa, ela me congratulou "Você é uma mulher de verdade. Tudo arrumadinho, é assim que eu gosto de ver."
Realmente me surpreendi com esse comentário. Será que ser mulher é ser dona de casa?
O "ser" da mulher se perdeu, e eu, como tantas outras, vago perdida tentando achá-lo. Acredito que seja ainda mais difícil quando as mulheres a sua volta usam tapa-olhos e máscaras, pensando apenas como a sociedade patriarcal (como brasileira, vejo claramente as influencias de um cristianismo doentio aqui) lhes ordena. Nada tenho contra cristo, mas sim contra seus sacerdotes autoritários e mesquinhos.
Seu blog me ajuda muito na minha busca, mas em minha mente ainda paira a pergunta: "O que é uma mulher?". A mulher que desejamos, nós duas, que fosse a mulher real - as grandes sacerdotisas livres de amarras, que fariam qualquer coisa sem perder sua dignidade, de tão forte sua ligação com a Deusa, ainda está por vir. E, por enquanto, esse fantasma da mulher real é o que temos de começar a contornar e colorir novamente.
Às vezes me pergunto como sou capaz de viver em um país onde 'ser mulher' é pôr a mesa do café da manhã e servir aos homens.
Com todo o amor da Deusa que possuo em meu coração, esperando um ambiente menos hostil para ser devidamente liberto, peço que a Deusa a abençoe, Rosa Leonor.
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