O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quarta-feira, janeiro 19, 2011
UMA MULHER LÚCIDA
QUE "Saudades da nossa natureza intima e selvagem, livre e plena"!
Por Mize Jacinto
A propósito de um texto que li, de uma mulher que homenageia uma amiga cuja vida foi interrompida por "vontade" própria: . Independentemente dos motivos que estejam presente nesta história, ela faz-me reflectir, mais uma vez, sobre os modelos que criámos, e que em nada fluem com a Vida. Todas nós, nem que seja apenas em determinados momentos mentimos relativamente ao nosso estado emocional e mental. Todas temos momentos em que fugimos de olhar o espelho e encarar de frente, olhos nos olhos a pessoa que está do outro lado. A estrutura familiar e social não perdoa, e por medo de não encaixarmos, de não sermos suficientemente boas passamos a vida a fingir que está tudo bem. A verdade que observo no entanto diz-me precisamente o contrário - quase nada está bem, e muitas pessoas estão a experimentar o inferno nas suas vidas. Relacionamentos completamente desajustados, dependências, violência emocional, pressão económica, dor física... a maioria das pessoas vivem na espiral da embriaguêz do sofrimento a maior parte do tempo. E para dificultar, as mulheres divorciaram-se umas das outras, e a capacidade inata de nos curarmos mutuamente perdeu-se.
Um abraço, uma palavra, nem que seja a verdade nua e crua, mas que em Amor jamais poderá ferir... o silêncio, a cumplicidade... tudo se perdeu... em vez disso temos medo de dizermos que não estamos a aguentar a pressão, até porque ninguém tem paciência para pessoas que não estão bem... e por vezes são apenas momentos, nada mais do que isso... momentos que se poderiam diluir ou amenizar num desabafo...numa partilha amorosa. A solidão invadiu as vidas de muitas mulheres quantas vezes rodeadas de pessoas por todos os lados... Por isso sinto tanta falta das partilhas, das que vivi e das que ainda-não-vivi, da entrega, do brilho nos olhos, da dança das almas, da nudez... dos gritos, das lágrimas, dos uivos, dos sorrisos. Saudades da nossa natureza intima e selvagem, livre e plena.
... Podemos fazer tanto e fazemos tão pouco... ainda estamos tão mergulhadas no sono da inconsciência e nem nos apercebemos que à nossa volta outras estão a sufocar por um abraço... O meu coração fica suspenso quando me deparo com tamanho sofrimento e desespero... Quero acreditar que nos vamos levantar todas... uma a uma... pela Vida! Um Abraço.
- Obrigada Mizé pelas suas palavras tão certas...
rlp
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