O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, novembro 08, 2011

A ANIMA - A MULHER ABISSAL, LILITH

Afrodite, Selene, Perséfone, Hecate, Atena, Kore, Pandora

“A consciência da Anima, é a do seu próprio inconsciente, o acesso lúcido ao inconsciente. “Ela traz a possibilidade de reflexão em termos do inconsciente.”

Qualquer coisa como o hiper-consciente de que fala Jouve ou da “consciência da consciência” de que fala Valéry.

Com efeito, a Anima mediadora do inconsciente não nos torna mais conscientes no sentido intelectual do termo, mas ela compromete-nos com as profundezas do inconsciente, da mesma maneira que Hecate acompanhando Deméter através do labirinto do inferno, clareando com o seu archote o caminho abissal.

Ela torna-nos cada vez mais inconscientes, quer dizer, mais próximos da nossa natureza secreta e profunda. “Ela abunda lá onde o inconsciente opera”, ela responde de maneira imaginativa e mágica “ pela imagem e não pelo discurso abstracto. Ela é “qualquer coisa” que nos faz pressentir do nosso destino, nos revela a nós próprios; daí a sua ligação com a Sibila, a Pitonisa, a Bruxa, a Fada. Os seus poderes, não esqueçamos, são os da noite. E também por isso que a Lua Negra nem sempre abdica e pode representar a resistência do inconsciente que se recusa a se desvelar.  


“As religiões dos mistérios das Deusas, é a vida pré-consciente da natureza, da mesma maneira que a morte. Nada entre elas pode ser conhecido” e é la o reino da Anima, de Lilith, da Lua Negra. Jung precisava já que a Anima era a “o fundamento de todas as figuras divinas e semi-divinas desde as deusas antigas até Maria”. Entre elas, ele cita Afrodite, Selene, Perséfone, Hecate, Atena, Kore, Pandora. Poderíamos acrescentar muitas outras, uma vez que o rosto da Grande Deusa é múltiplo e único ao mesmo tempo e absolutamente universal.”


LE RETOUR DE LILITH

Joelle de Gravelaine

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