- GOSTARIA QUE SE POSSÍVEL O MAIOR NÚMERO DE AMIGAS PORTUGUESAS E BRASILEIRAS DESSEM A SUA OPINIÃO SOBRE O SEGUINTE TEXTO:
QUAL É A LIBERDADE DA MULHER?
EM QUE CONSISTE ESSA LIBERDADE?
Estava a ler um longo texto de uma amiga brasileira com quem de vez em quando discordo...ela viveu uns anos em Portugal. Ela é duas gerações mais nova do que eu...Muitas vezes gosto do que ela escreve, muito, reconheço a sua fúria uterina, a sua força de mulher, gosto da sua ousadia, da sua rebeldia, de como ela não tem medo das palavras...mas não gosto quando ela extrapola e discordo muito da sua maneira de ver as coisas, quando lhe falta coesão, sobretudo na análise dos factos e da história... E aí começa a nossa discórdia...umas vezes salutar outras não tanto...outras, cria-se o “distanciamento”…mas encontramo-nos sempre ao longo dos anos.
Ela afirma que as mulheres das novas gerações do Brasil já são livres e completamente diferentes da minha geração e da de sua mãe...que já não há essa divisão interior, da “santa e da prostituta”, que já nada as atemoriza e que as mulheres chegaram aos mais altos cargos no mundo...presidentas e ministras etc. Eu não vou debruçar-me sobre o seu texto em particular, muito longo e muito controverso, mas apenas sobre dois aspectos para mim são fundamentais.
- Aqui quereria desta forma aproveitar e destacar antes do mais duas coisas... primeiro que tudo, que as gerações mais novas de Portugal, as mulheres de 20 e de 30 anos não são idênticas às gerações de mulheres brasileiras das mesmas idades...O Brasil, como país tropical, para além de todas as diferenças e semelhanças com Portugal, falo da língua e de alguma tradição, sempre foi muito mais aberto e mais livre com o corpo e mais sensual do que nunca foram ou são hoje as novas gerações de mulheres portuguesas…As classes sociais em Portugal são muito demarcadas e no Brasil, apesar de haver também diferenças sociais e económicas elas são de algum modo mais atenuadas por ser uma cultura mais diversificada que a nossa; penso efectivamente que não são tão conservadoras como aqui e isso cria algumas diferenças que têm muito peso ainda aqui nesta velha e caduca Europa...
A outra coisa importante, e isto vem a propósito de uma conversa com outra amiga, é que nunca podemos generalizar a partir da nossa experiência pessoal, da nossa maneira de ver as coisas ou como nós as sentimos, como as interpretamos ou idealizamos (por conta própria (e risco), mas sim olhando com objectividade e imparcialidade para uma realidade preponderante no mundo que é a das mulheres em geral e não apenas no nosso bairro, no nosso meio, através de todas as suas componentes, e olhar para as maiorias, para os comportamentos padronizados e os seus universos circundantes. Para além das excepções à regra que cada uma de nós pode ser e do que adquiriu (grau de consciência e de liberdade ou não?) nós sabemos que social e “culturalmente” na perspectiva da globalização, as coisas parecem ser uma coisa, pois diz-se e fala-se, discute-se, mas no fundo da psique humana, ou no inconsciente colectivo, ao nível dos sentimentos primários, os comportamentos são ainda básico, diz-se uma coisa, apregoa-se outra e faz-se ainda diferente e acaba-se por reagir como o pai ou mãe ou a avó…Ódio ciúme posse raiva…ego, vaidade, inveja etc.…tudo está lá…Porque não há um trabalho feito ao nível da psique.
Estamos todas ou muitas de nós persuadidas mas sobretudo mentalizadas para a ideia de que já somos livres, que houve uma emancipação da mulher no mundo, que então tudo está sob controlo…mas as estatísticas dizem que, por exemplo, em Portugal 1 em cada três mulheres são vítimas de violência doméstica…e aí toda essa ideia de liberdade e emancipação cai por terra…algo de errado se passa então neste mundo pretensamente livre, de vasta e variada informação talvez até muito culto e de acesso à Internet, e onde a mulher faz tudo e pode tudo (no dizer dessa amiga) … Claro que no caso da primeira amiga ela fala do Brasil e do Brasil eu não sei…Mas sei que por detrás de toda essa liberdade que se apregoa ela mais não é do que a liberdade das ideias, dos conceitos, dos contra-preconceitos, é a linguagem á solta, sem fundamento muitas das vezes, sem essência, diria sem verdade ontológica...
Realmente com a Internet toda a gente diz o que quer, escreve o que quer, acredita no que quer…mas trabalho feito em profundidade, valores fundamentais, seriedade, respeito por si própria e consciência de si e da sua grandeza, a mulher não tem (tenha-se em conta que o homem também não mas eu não falo aqui do homem) … E é claro pode meter-se tudo no mesmo saco ou numa grande panela e misturar bem os ingredientes "modernos" (telenovelas e filmes e moda) e negar o essencial que falta ainda à mulher consciencializar, ou podemos apregoar liberdades sexuais e laborais, profissionais, como prova de liberdade e afirmação do ser feminino, (que de feminino tem muito pouco) mas o que parece verdade à vista desarmada não é senão uma grande confusão de ideias e de valores, uma mixórdia enorme de conceitos e contra conceitos: o novo "mundo" contra o velho mundo etc., afinal um caos, um carnaval (sim um festival da carne…). É isso que acontece quando não se tem em conta a evolução da consciência individual, negando-se os aspectos e valores de estrutura própria da manifestação da vida nos seus fundamentos, negando-se os estados alterados próprios da mística, do espírito da verdadeira “religião” (do religare) e da filosofia, (o amor a Sophia…) ou até da psicologia a mais elementar, e o mais que se faz é nivelar tudo por baixo ou tudo pela mediania, como na telê…é o ”Todos iguais todos diferentes” mas sem qualquer ética sem individualidade, em nome de uma libido desconexa e de uma sexualidade exacerbada, de um consumismo sexual…um mundo liberal e cheia de tesão, como se o sexo fosse o único motor da vida… Sem dúvida, que de certo modo até é e o ser humano é livre e diversificado e cada um, diz-se, “come do que gosta”, e isso é verdade, tanto quanto a pornografia existe, como existe o erotismo, o sadismo e o masoquismo, como existe a castidade ou o ascetismo…Defender algo ou negar algo e meter tudo no mesmo saco…ou estar contra umas coisas e a favor de outras, as que nos servem de pretexto à nossa anarquia, à nossa luxúria ou ao nosso desejo ou à nossa vontade egóica …isso não vale.
Rosa Leonor Pedro
QUAL É A LIBERDADE DA MULHER?
EM QUE CONSISTE ESSA LIBERDADE?
Estava a ler um longo texto de uma amiga brasileira com quem de vez em quando discordo...ela viveu uns anos em Portugal. Ela é duas gerações mais nova do que eu...Muitas vezes gosto do que ela escreve, muito, reconheço a sua fúria uterina, a sua força de mulher, gosto da sua ousadia, da sua rebeldia, de como ela não tem medo das palavras...mas não gosto quando ela extrapola e discordo muito da sua maneira de ver as coisas, quando lhe falta coesão, sobretudo na análise dos factos e da história... E aí começa a nossa discórdia...umas vezes salutar outras não tanto...outras, cria-se o “distanciamento”…mas encontramo-nos sempre ao longo dos anos.
Ela afirma que as mulheres das novas gerações do Brasil já são livres e completamente diferentes da minha geração e da de sua mãe...que já não há essa divisão interior, da “santa e da prostituta”, que já nada as atemoriza e que as mulheres chegaram aos mais altos cargos no mundo...presidentas e ministras etc. Eu não vou debruçar-me sobre o seu texto em particular, muito longo e muito controverso, mas apenas sobre dois aspectos para mim são fundamentais.
- Aqui quereria desta forma aproveitar e destacar antes do mais duas coisas... primeiro que tudo, que as gerações mais novas de Portugal, as mulheres de 20 e de 30 anos não são idênticas às gerações de mulheres brasileiras das mesmas idades...O Brasil, como país tropical, para além de todas as diferenças e semelhanças com Portugal, falo da língua e de alguma tradição, sempre foi muito mais aberto e mais livre com o corpo e mais sensual do que nunca foram ou são hoje as novas gerações de mulheres portuguesas…As classes sociais em Portugal são muito demarcadas e no Brasil, apesar de haver também diferenças sociais e económicas elas são de algum modo mais atenuadas por ser uma cultura mais diversificada que a nossa; penso efectivamente que não são tão conservadoras como aqui e isso cria algumas diferenças que têm muito peso ainda aqui nesta velha e caduca Europa...
A outra coisa importante, e isto vem a propósito de uma conversa com outra amiga, é que nunca podemos generalizar a partir da nossa experiência pessoal, da nossa maneira de ver as coisas ou como nós as sentimos, como as interpretamos ou idealizamos (por conta própria (e risco), mas sim olhando com objectividade e imparcialidade para uma realidade preponderante no mundo que é a das mulheres em geral e não apenas no nosso bairro, no nosso meio, através de todas as suas componentes, e olhar para as maiorias, para os comportamentos padronizados e os seus universos circundantes. Para além das excepções à regra que cada uma de nós pode ser e do que adquiriu (grau de consciência e de liberdade ou não?) nós sabemos que social e “culturalmente” na perspectiva da globalização, as coisas parecem ser uma coisa, pois diz-se e fala-se, discute-se, mas no fundo da psique humana, ou no inconsciente colectivo, ao nível dos sentimentos primários, os comportamentos são ainda básico, diz-se uma coisa, apregoa-se outra e faz-se ainda diferente e acaba-se por reagir como o pai ou mãe ou a avó…Ódio ciúme posse raiva…ego, vaidade, inveja etc.…tudo está lá…Porque não há um trabalho feito ao nível da psique.
Estamos todas ou muitas de nós persuadidas mas sobretudo mentalizadas para a ideia de que já somos livres, que houve uma emancipação da mulher no mundo, que então tudo está sob controlo…mas as estatísticas dizem que, por exemplo, em Portugal 1 em cada três mulheres são vítimas de violência doméstica…e aí toda essa ideia de liberdade e emancipação cai por terra…algo de errado se passa então neste mundo pretensamente livre, de vasta e variada informação talvez até muito culto e de acesso à Internet, e onde a mulher faz tudo e pode tudo (no dizer dessa amiga) … Claro que no caso da primeira amiga ela fala do Brasil e do Brasil eu não sei…Mas sei que por detrás de toda essa liberdade que se apregoa ela mais não é do que a liberdade das ideias, dos conceitos, dos contra-preconceitos, é a linguagem á solta, sem fundamento muitas das vezes, sem essência, diria sem verdade ontológica...
Realmente com a Internet toda a gente diz o que quer, escreve o que quer, acredita no que quer…mas trabalho feito em profundidade, valores fundamentais, seriedade, respeito por si própria e consciência de si e da sua grandeza, a mulher não tem (tenha-se em conta que o homem também não mas eu não falo aqui do homem) … E é claro pode meter-se tudo no mesmo saco ou numa grande panela e misturar bem os ingredientes "modernos" (telenovelas e filmes e moda) e negar o essencial que falta ainda à mulher consciencializar, ou podemos apregoar liberdades sexuais e laborais, profissionais, como prova de liberdade e afirmação do ser feminino, (que de feminino tem muito pouco) mas o que parece verdade à vista desarmada não é senão uma grande confusão de ideias e de valores, uma mixórdia enorme de conceitos e contra conceitos: o novo "mundo" contra o velho mundo etc., afinal um caos, um carnaval (sim um festival da carne…). É isso que acontece quando não se tem em conta a evolução da consciência individual, negando-se os aspectos e valores de estrutura própria da manifestação da vida nos seus fundamentos, negando-se os estados alterados próprios da mística, do espírito da verdadeira “religião” (do religare) e da filosofia, (o amor a Sophia…) ou até da psicologia a mais elementar, e o mais que se faz é nivelar tudo por baixo ou tudo pela mediania, como na telê…é o ”Todos iguais todos diferentes” mas sem qualquer ética sem individualidade, em nome de uma libido desconexa e de uma sexualidade exacerbada, de um consumismo sexual…um mundo liberal e cheia de tesão, como se o sexo fosse o único motor da vida… Sem dúvida, que de certo modo até é e o ser humano é livre e diversificado e cada um, diz-se, “come do que gosta”, e isso é verdade, tanto quanto a pornografia existe, como existe o erotismo, o sadismo e o masoquismo, como existe a castidade ou o ascetismo…Defender algo ou negar algo e meter tudo no mesmo saco…ou estar contra umas coisas e a favor de outras, as que nos servem de pretexto à nossa anarquia, à nossa luxúria ou ao nosso desejo ou à nossa vontade egóica …isso não vale.
A Vida tem ordem, a Natureza tem ordem, o Universo tem Leis…e o ser humano tem de se relacionar tanto com que está em cima como com o que está em baixo…sem dúvida, mas não vamos misturar tudo por baixo e pôr dentro do caldeirão, misturar e vá de bradar aos céus…Eu sou livre e curto como quero…
A Ordem não é bem…“assim no céu como na Terra”, mas, sim, “seja feito na Terra assim como nos Céus”…e credo, meu deus! Eu não sou católica, nem crente…nem sou puritana, mas a sacralidade da vida nada tem a ver com religião instituída e é possível o cesso às qualidades "divinas" (se não ofendo…), qualidades da alma tanto como sei que nem a mulher nem a Terra ainda estão ligadas ao Cosmos para a verdadeira libertação da alma porque é da alma que se trata, do ser integral da mulher total…e essa é a liberdade que eu quero como Mulher e como SER HUMANO.
5 comentários:
Pelo que eu li, as mulheres mais novas estão se chando donas de se, elas meswma já não estão se respeitando, elas próprias está diosmoralizando, nem são os homens são elas próprias. Elas preci~sam entender que um dia vão sentir a falta do seu novo organismo, sua no0va beleza, e aí, já terá perdido tudo. Essa meninas de hoje não estão dando a mínima pelo que pode acontecer com o seus corpos mais tarde, quando tiverem com seus 40 ou 45 anos. Será muito bom que elas vão mais devagar para mais tarde não se machucarem, e elas sabem em que sentido estou falando.
Rosinha...
não pretendi generalizar,
nem uma geração "livre" nem uma geração "pirigueti", acho q é justamente o ponto...
não generalizar...
apenas constato que pode ser mais fácil pras meninas da nova geração encontrar um caminho que as conduza a uma conscientização, já não obrigadas a se manter virgens para servir ao homem, que não estão tão obcecadas com o complexo de cinderela, mas buscando a sua realização pessoal, profissional... não digo que isso seja uma consciência do feminino ancestral... mas pode facilitar as coisas, pois já estão mais voltadas pra elas mesmas e não para "carregar a cruz" do casamento e da maternidade... não posso negar que as coisas estão sim diferentes nesse aspecto, por isso acredito... se não acreditasse não teria sentido nenhum pra mim divulgar as suas ideias e de outras mulheres e pensar que estamos construindo um novo modelo social... e, claro, posso tbm estar errada, sim, isso faz parte...
Querida Nana:
Você deve acreditar no que sente e vê...e se a sua experiência é essa, fale dela. Eu respeito, mas realmente não pode generalizar...embora se deva falar sempre no geral e não no particular...mas isso é o que eu penso. Eu sei que pontualmente há grupos de mulheres aqui ou ali que já mostram outra maneira de viver e ver as cosias...mas eu não acredito muito na consistência dessas mulheres porque a mudança tem de ser feita de dentro e em profundidade. Há novos valores como os que refere mas não são baseados na verdadeira consciência do ser mulher integrada mas na ideia moderna de "libertação" da mulher que vai até tomar pilulas para não ter menstruação e se sentirem limpas...ou livres! Há muitas ideias erradas acerca da mulher moderna que essas mocinhas seguem e isso não significa consciênica nem feminilidade... enfim...cada uma no seu lugar e com a sua experiência. Só queria qeu pensasse que não se trata apenas de um novo modelo social, nem da mulher como ser social,na sociedade e em função da sociedade...repare, trata-se da mulher em si como ser interior como um ser total. E sem uma consciência das profundidades sem uma consciência psicológica etc, de nada valem as vantagens de socias...Eu trabalho com o ser interior a mulher de dentro e não a mulher corpo sexo e as suas funções na sociedade...e aí há uma grande diferença, por isso digo que não sou feminista...mas mística..é da mística da Mulher da deusa e portanto de um lado sagrado, pleno, falo...da alma...e diga-me disso o que é que essas meninas reclamam? Nada...Só reclamam de si como corpo e sexo...e continua tudo na mesma...afinal qual é a diferença se está aos serviço do modelo patriarcal?
Muitos beijinhos e continuamos a trabalhar cada uma a seu modo...e mesmo de vez em quando nos distanciemos um pouco uma da outra voltaremos sempre a encontrarmo-nos...já aconteceu muitas vezes -:)))
Guiomar eu percebo a sua ideia e tem razão...as meninas não vêm isso agora, so mais tarde...porque só a idade nos permite perceber os vários sentidos que a nossa vida tem e tudo o que nós representamos neste mundo de homens...ainda nada mudou no sentido do seu domínio...e só a consciência das mulheres e do seu valor interior - não já do corpo e do sexo, mas de si mesmas como seres humanos lhes trará a liberdade e o respeito por si mesmas!
obrigada por comentar.
um abraço
rosa leonor
Interessante!!!!
Bem, eu acredito que a liberdade total..é fazer o que quer..estar aonde quer.. Então, não somos livres!!!! Primeiro...pq a mulher "feminista" entrou no mundo da razão, do intelecto.. Me pergunto se o capitalismo não teria sexo ! Ora, o mundo ficou do jeito que ficou enquanto as mulheres estavam em casa... Não há "feminino" no governo nem tampouco no sistema financeiro.
Claro que estaremos sempre "presos" a natureza..Precisamos nos alimentar, nos vestir ! Mas as comunidades que eram lideradas por mulheres eram pacíficas e dedicadas a arte. Mas será que realmente desejamos o "estar tudo bem", o fim dos "dramas"?
A agricultura é uma atividade que exige o uso das duas mãos, em detrimento da escrita, que exige somente uma. Há algo de contraído em nossa postura corporal, e a liberdade começa no corpo de cada uma de nós !!!
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