O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, abril 28, 2012

ACORDAR A DEUSA ADORMECIDA


 EM CADA UMA DE NÓS...

Rosa, (…)

Lendo seu blog, eu me sinto uma aprendiz ouvindo a sábia, uma sábia que vê com lucidez a realidade, e que me apresenta os caminhos para que eu ache a mim mesma... mesmo do outro lado do Atlântico, se houve uma iniciadora para mim, que desde os 14 (tenho 18 agora) me desvela segredos do mundo e reflexões que eu nunca tinha feito, essa Mulher foi a Senhora... eu sempre busquei algo diferente, não entendia por que não podia ser como as outras garotas, caladas, doces, sem essa chama que me queima... eu não tenho toda essa experiência, não tive tanto tempo para refletir sobre tudo, mas a Senhora me ensinou a ouvir meus instintos, meu útero, minha alma, minha dignidade, minha Fêmea interior... e ela me diz, por intuição, por um arrepio, o que eu devo fazer. Venho mergulhando em mim mesma sob sua orientação, creio que possa dizer, e desde lá não me encaixei mais por entre as outras. Talvez por ter começado tão cedo a lê-las, suas palavras tenham me tocado mais... eu não era moça feita, não tinha opiniões, família ou carreira formada. E hoje eu te agradeço do fundo do coração, Rosa, quando olho em volta e vejo quem me tornei. Não sou perfeita, sou cheia de dúvidas, às vezes tropeço pois também acabo influenciada pelas opiniões vazias dos que me cercam, mas eu sinto dentro de mim uma voz que faz coro com a sua ao ler essas palavras tão verdadeiras... creio que o medo seja parte do trajeto, ainda mais quando se nada contra a corrente e não há mais encaixe para alma tão grande quanto a sua... eu não posso nem imaginar o que sentes. Mas, pode ser egoísmo, peço-te que não pares. Por favor, não pares, Rosa, porque se mudares mais uma, duas, dez jovens como me mudastes, se elas espalharem sua semente como eu tento todos os dias fazer, esse mundo talvez possa mudar... todas tem a Deusa dentro delas. Basta acordá-la. Ou, pelo menos, assim eu gosto de acreditar... talvez seja ingenuidade minha. Desculpe pelo comentário grande. Beijos e obrigada de novo, Rosa.

Arielle
 ***

Não tenho palavras para lhe dizer o bem que me fez ler o que partilhou neste texto. Sei que é egoísmo avaliar assim em função de mim, mas precisamente hoje foi um bálsamo ou uma poção purificadora, daquelas que amargam e libertam, ver escrito aquilo que é - também - a minha vida. Obrigada.
ME

***

Minhas queridas mulheres e deusas, com que convicção o digo...obrigada pelas vossas palavras...porque são elas que me dão coragem, pela verdade, pela sinceridade, pela transparência do SER MULHER, sim, inteira...sem ficções, à procura de si a partir do âmago e não de uma invenção de nós...de uma imagem de nós, de um ego qualquer a que nos agarramos em desespero…

Grata querida Arielle...que testemunho o seu, tão gratificante para mim, não só pelas suas palavras mas pela sua integridade como mulher feita e consciente e ainda tão menina...e mais ainda se eu pude ter contribuído para isso, de alguma forma, ao longo dos anos, como diz...então nada me poderia dar mais força, nem vontade de persistir...Nem nada poderia encher mais o meu coração de amor do que sentir que as minhas palavras podem ajudar a moldar uma vida ou ser um bálsamo…

Devo a muitas de vocês que por aqui passam e deixam mensagens como estas a minha continuidade aqui e também a minha fé nas mulheres…
***

ME...eu sei minha amiga que só a verdade do ser nos liberta…e por isso sentiu o alívio que sentiu e não foi egoísta...Não, foi um eco...e obrigada por ter respondida desta maneira igualmente verdadeira. Estamos aqui...todas juntas...a caminhar para dentro de nós...

Sim, eu sei que há muitas mulheres sós como eu…a caminhar para esta velha sábia que se alinha aos poucos por dentro enquanto à superfície estremecemos diante do espelho…

 “Ó espelho, espelho meu”…diz-me se neste mundo existe alguém que me ame mais do que eu...e aos poucos, devagar nos vamos amando sem medo… e é assim que a história da madrasta muda e nos tornamos todas Rainhas de nós mesmas, já sem medo da nossa Sombra, nem da beleza que perdemos ou do que outrora fomos…e amando sem despeito todas as Brancas de Neve…que um dia serão também velhas sábias e bruxas como nós… porque esse é Caminho da Mulher, TRÊS EM UMA SÓ e não tem de haver antagonismo nem lutas entre todas como nos têm querido fazer crer…e esse vai ser o elixir da eternidade que nos há-de transformar a todas em irmãs, mães, amigas e amantes…e com essa nova aliança de amor e fé, vamos  mudar a face da Terra.

Abraço do fundo do coração ambas as irmãs que aqui se apresentam…

rlp.

Sem comentários: