O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, julho 31, 2013

GOSTO DISTO...





 “Uma margem de ilusão resta sempre para toda a vida em todos nós – e é o que nos permite o poder criativo e tempera os momentos de tristeza. Sem ela seríamos autómatos, robôs, máquinas pensantes, ficaríamos reduzidos a um pensamento operacional. Mas é igualmente necessário que o processo de desilusão nos conduza a uma razoável aceitação da realidade tal como ela é; de contrário, a frustração será sempre excessiva, traumática, patogénica – direi incontrolável e insuportável.
A aceitação da realidade é uma tarefa humana jamais acabada; mas que está na mira do comportamento lógico, adaptado, e do conhecimento científico."
António Coimbra de Matos O desespero Climepsi
Nostálgicos de um mundo sem tensões internas, sem conflitos com o outro, entregamo-nos à ilusão que a realidade, apesar de nos consumir, termina aqui, sem razão para a modificarmos.
Julgamos não saber como enfrentar o real, lidar com o incerto. Mas seria preciso nos entregarmos à desilusão, ao não distorcer os fatos, aceitando-os, e ajustando o conceito que temos de nós, a essa realidade, que a mesma se tornaria suportável, porque transformada para melhor.
Por Cristina Simões - in incalculável imperfeição
 
 
 
 

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