O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, dezembro 28, 2013

2013 - A MULHER E O DIABO...NO CORPO...


2013 - A  MULHER E O DIABO...
QUE LHE AGARRA O CORPO DE DEUS...

Vi só agora a imagem do filme sobre a mulher que salta para o altar em plena Missa de Natal 2013... numa catedral de Colónia...Alemanha. Ela subiu para o altar em plena missa e gritou: "Eu sou Deus" - errado...ela devia ter dito: EU SOU A DEUSA...
Compreendo muito bem o empolgamento de muitas mulheres por esta imagem catalisadora de todas as revoltas e apoteótica do que poderia ser a libertação efectiva da Mulher do jugo do cristianismo usurpador dos seus direitos se a simbólica desse acto fosse de afirmação da Deusa Mãe como contraparte da Manifestação do Divino na Terra. Posso mesmo dizer-vos que uma parte de mim delira com ela...Soa a vingança da Mulher...da fogueiras e dos crimes contra si...

Esta imagem porém acaba por corresponder apenas à imagem efabulada pelos padres da igreja  da "mulher pecadora" e foi essa a mulher que saltou para o altar onde só a Virgem Mãe e imaculada tem visibilidade. Ela confronta a multidão na noite de celebração da mãe do menino santo que nasceu para salvar o mundo e os padres seculares que a acusam e impedem de ser empossada na Igreja, como sacerdote (não sacerdotisa)...justamente porque secularmente para eles ela encarna o Pecado e Satã...a grande tentadora ligada à Serpente e ao mal...no imaginário cristão...
E esta imagem o que é senão o decalque dessa mesma imagem dada pela Igreja de Roma  de uma mulher em desordem e de um desvario que foi sempre associado à mulher, vista  como histérica e demente, sem alma etc.  e que esta mulher agora evoca em pleno na com um grito de guerra a meio da Missa...
Significa isso alguma libertação da mulher, alguma afirmação de valor e de justiça...ou que evoque o Sagrado Feminino e possa representar uma restauração dos valores da Deusa na Terra? Evoca ela sequer LILITH - o súcubo e o demónio que os teólogos e os santos da igreja condenaram aos infernos e totalmente ao descrédito, a primeira mulher da história bíblica, esquecida e sonegada?
Creio que não...
Não é essa a Imagem da Deusa pagã e dos primórdios que chega até nós, apesar de que  todas as suas reminiscências e dados serem inconclusivos e muitos apenas alusivos, elas não nos mostram como a Deusa Mãe era adorada ou evocada nas suas cerimónias senão de forma muito rudimentar na ideia de cultos e de rituais os mais controversos e obscuros...assim, não é esta imagem de mulher nua que irrompe selvaticamente no altar de deus que nós mulheres de hoje  tentamos resgatar um pouco dessa Memória ancestral para  de novo restabelecer o contacto com o Princípio Feminino e o Sagrado e que, como sabemos, todos esses rituais cristãos foram usurpados e os paramentos dos padres uma imitação grotesca das sacerdotisas daqueles tempos...
Eles são meros travestis das sacerdotisas...
Mas essa mulher por mais selvagem e fascinante que me pareça...uma justiceira ou uma amazona dos novos tempos...ela não me representa...nem ao Sagrado Feminino nem a Mulher integral que eu defendo.
E penso que agora entre esta imagem de mulher revoltada e a imagem da Sacerdotisa da Deusa...existe  um abismo de diferença, e essa diferença está na Reverência da Deusa e da Mulher como baluartes de uma Divindade Suprema, de uma Autoridade perene...a da GRANDE MÃE E DA GRANDE DEUSA, Senhora de todos os nomes e poderes...e que NUNCA SE MANIFESTARIA desta maneira nem diante dos seus algozes...dando corpo e corroborando uma imagem que eles mesmos  caluniaram e condenaram às fogueiras como bruxas...
Todavia, eu creio que  mesmo assim esta imagem é muito impressiva e demolidora aparente dos costumes e da moral católica...surge como uma afronta ao Clero e aos homens da Fé... mas pouco mais do que isso. E, atrevo-me mesmo a dizer que ela pode ser até produzida por uma matriz de controlo do velho mundo...e com o fim de os homens e os padres continuarem a denigrir a imagem da mulher, tendo-a de algum modo fabricado podendo mesmo ter sido consentida a um certo nível...mas não creio que esta imagem fique para símbolo da verdadeira mulher e menos ainda da DEUSA! Ela é em si mesma a negação da Deusa que eu sinto viva em mim e na Terra.
rlp

1 comentário:

Ná M. disse...
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