O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 02, 2013

OS ULTIMOS 5 MIL ANOS...



"Não se esqueçam de que os seres femininos, literalmente, trazem vida ao planeta pois a vida sai do corpo feminino."



Para as mulheres, a constante entre espiritualidade como caminho, e a busca da sua identidade profunda, coloca-se muitas vezes em oposição ou em alternativa. E não é uma coisa nem outra. Mas continuamos a confundir o processo dito espiritual como uma finalidade em si, comum a todos os indivíduos e a não ver este ponto crucial da realidade da mulher que é ela estar cindida...que é ela ter uma ferida do tamanho do Mundo: Que é Ela ser a visada, diria mesmo a vítima, (e a causadora da “Queda”) dentro do Sistema patriarcal e que o caminho espiritual da mulher possa ser diferente do caminho do homem porque – e isto é algo que não se quer ver ou sequer pensar - parte da sua espiritualidade está ligada à sua Natureza intrínseca, ontológica, ao sangue e as luas, ao dar à Luz – tudo o que faz essa diferença e é a sua essência. A Mulher, não estando ligada à sua fonte interna como mulher - o que acontece regra geral na nossa sociedade, totalmente alienada dessas funções primordiais...em que todas as mulheres vivem essa divisão na sua psique, sendo apenas metade de si e uma espécie de “utensílio” ao serviço dos homens maridos e filhos - e portanto não unindo essas suas partes e não tendo acesso a essa mulher das profundezas -, a mulher estará sempre sujeita ao fracasso e consequentemente o homem também porque não tem acesso à verdadeira, mulher ontológica, ou seja à sua Anima ou ao seu verdadeiro feminino que a mulher lhe espelha. Essa divisão-cisão na mulher não só a impede a ela de ser uma totalidade em si como mulher, como impede o próprio homem de chegar a si mesmo pois ele chega à Deusa através da deusa e da Mulher...

A razão de Jung ter qualificado a anima como parte integrante do masculino e o animus parte integrante do feminino, associando esse princípio ao yin e ao yang, embora estes dois aspectos estejam em simultâneo em ambos os seres, e isso ser efectivamente uma verdade, eu não considero que nem um nem outro, homem ou mulher, estejam ou possam estar na plenitude dessa consciência ou vivendo a integração desses dois lados do ser em Um, e dai a ideia da necessidade de “completude”, na sua união do par dentro e fora, se a mulher não representar antes de mais a ANIMA. Quanto a mim, a Mulher será sempre a Anima, a Dama e a Rainha, a Musa...e é ela que dá corpo ao Graal é ela que dá corpo a vida e a Luz o homem...

Por isso parece-me um total absurdo (embora compreensível na época...) qualificar a anima no homem e o animus na mulher. O facto é que na época de Jung e Freud etc. se dava por natural essa cisão na mulher que nem sequer era vista como tal e o que ela reflectia dessa cisão e conflito profundo dentro de si, era considerado como uma patologia apenas, uma neurose, sendo a mulher uma histérica ou um mistério, etc.
Na verdade o drama da mulher ao longo de séculos tem sido uma Psique dividida e ferida profundamente, separadas nela a função maternal e a do prazer… forçada pelas regras de uma sociedade paternalista e das leis do homens que a relegaram a uma inferioridade humana e social e atribuindo-lhe um duplo papel, o de esposa ou de amante ao instituir o casamento como via única para a mulher nobre e séria e assim manter a descendência e o nome do Pai e portanto a mulher que não fosse casada e pertença do Homem, mãe dos seus filhos, seria pelas circunstâncias obrigada a se prostituir…e tão apenas isto…
Esta divisão da mulher em duas espécies, está tão inculcado nas cabeças das pessoas, tão enraizado na mente colectiva, que nem os homens mais espertos e estudiosos ou os mais inteligentes nunca deram por nada…e vemos assim psicólogos, filósofos e sexólogos completamente alheios a uma questão tão óbvia e premente como exta. E portanto quando eu falo de Mulher Inteira, não falo do par animus anima equilibrado, ou integrado, mas antes de tudo, de uma Mulher que já não sofre essa cisão, uma mulher que une em si as duas mulheres divididas pelo patriarcado não sendo uma nem outra mas o somatório das duas...

Contudo, tal como se lerá mais abaixo neste texto,
"As mulheres começaram a abrir sua garganta há cerca de trinta anos, passando a ter a oportunidade de falar sempre. O problema é que muitas mulheres acabaram fechando o centro do sentimento ao abrirem o da fala. Começaram a parecer homens. É necessário equi­líbrio. A mulher agora está sentindo a necessidade de despertar o princípio feminino dentro dela. Vive num corpo feminino e controla o uso da vibração masculina no seu interior.

Saiu para o mundo, sente-se poderosa. Pode andar pelas ruas sem um véu a esconder-lhe o rosto e decidir se deseja, ou não, se casar. É dona de si. É responsável por suas próprias decisões. Está começando a se tornar mais suave, despertando seu lado fe­minino que a nutre e vitaliza. Ao se tornar inteira, com suas porções masculina e feminina, e se permitir vivenciar o DNA evoluído, ela transmite uma frequência. E esta será a frequência predominante no planeta. É inevitável que os homens abram o centro do sentimento. É o próximo passo que precisam dar para estabelecer o equilíbrio com as mulheres. Isto vai acontecer muito depressa para os homens."*
(...)
*In Mensageiros do Amanhecer – Barbara Marciniake

rleonorpedro

2 comentários:

www.pedradosertao.blogspot.com disse...

Tão bom esse papo por aqui!

Abraço do Pedra

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Anónimo disse...

Adorei o texto. So não sei se a curto prazo o homen será capaz de assimilar o poder feminino que cada dia ganha mais força. Agenor.