O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, fevereiro 18, 2014

O que é que aqui é "político"...

 
 
UM NUCLEO FEMININO APENAS...

Fiquei a pensar no que é que aqui  é "político"...que acção e que partilha aqui pode ser "política", ou dirigida para um determinado fim - esta dúvida foi suscitada por uma afirmação que se faz sempre de que tudo é política...e essa é uma ideia generalizada...mas que eu não sei se hoje em dia partilho dela... tendo em conta que:
 
"Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com s...eu voto ou com sua militância.
A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas europeias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".
O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana."
(IN Wikipedia)

Portanto o que eu pergunto é se o que aqui estamos a fazer, do meu ponto de vista apenas a CONSCIENCIALIZAR as mulheres da sua identidade/essência individual e interior, é política...se de facto a longo prazo isso se poderá ou não reflectir em actos sociais ...
 
E digo, respondo sim e não...pois isso será com cada uma de nós, dependerá de uma vocação e de uma vontade individual...mas a questão que eu visualizo para  as mulheres e eu encaro o meu trabalho é só uma questão de princípio (o feminino ontológico) que está em causa e quase que só no plano subjectivo e no âmbito pessoal, algo de intransmissível à partida e que toca a cada mulher de forma particular, A FORMA COMO INTEGRA A INFORMAÇÃO E A SUA EXPERIÊNCIA e é de facto uma CONSCIÊNCIA DE SI COMO SER MULHER e nem sequer diria como ser humano...isso vem depois, esse sentido mais alargado...e acho que isto se confunde...
O que eu penso é que o pensamento, como ideologia, reflecte-se nas acções...sim, mas diferentemente disso eu penso que a Consciência de que eu falo é uma outra coisa...É um movimento sim, mas interno...o exterior deixa de ser acção e o que há é a expressão  da energia, emanação dessa Consciência...amor...é EMOTION - EMOÇÃO, mas isto é o que eu penso/sinto....e não é nada fácil apreender esta ideia senão pela experiência! E se ela não existir de dentro não há afinidade...porque não é uma mera ideia-conceito...
Trabalhar uma consciência ao nível psicológico de cada uma de nós, não me parece que à priori seja político...por isso é que sempre falei de FOCO. É uma introversão...uma interiorização de como a mulher se sente e se busca a si mesma de dentro para fora...sem negar todo o tipo de informação exterior e complementar desse processo, considero que trabalhar ao nível de uma Consciência do SEr Mulher à partida é criar uma estrutura, um canal, uma Voz...
ESSA CONSCIÊNCIA que se adquire, que se tem ou não, entra  em afinidade e ressonância com outras mulheres que SINTAM O MEMSO, caso contrário não se consegue entrar em sintonia com o grupo de mulheres porque não se trata de difundir  ideias nem edeologias...trata-se como eu tentei hoje clarificar de UMA CONSCIÊNCIA interior...um saber de dentro que por ele próprio entra em sintonia ou nos faz entrar em sintonia umas com as outras, por isso somos tão poucas a participar ao vivo de movimentos de consciência.
Este trabalho tem em vistas a criação de um Núcleo Feminino que trata da essência da mulher e da sua psique ferida...para a libertar por dentro e dar-lhe asas por fora...e a sua liberdade depois será fora deste núcleo... assumida por conta própria e risco...E não há em mim qualquer ideia de conduzir as mulheres a uma causa que não seja a sua própria...e sem fins políticos nem de liderança.
Gostava de saber a vossa opinião.
rlp

3 comentários:

Else disse...

Na minha opinião, toda consciência e mudança vem do individual para o coletivo, e não ao contrário. Não há lei que faça as pessoas mudarem, porém as pessoas podem mudar as leis. Este é um processo que começa com o indivíduo, portanto.
Por exemplo, em países nórdicos,o papel de mãe é valorizado pelo Estado porém isto não garante a valorização da mulher.

Como dizia Lao Tsé, "de dentro vem o que por fora se revela".

Abraço!

rosaleonor disse...

assim é Else...assim é ...Lau tsé sabia...

abraço e prazer em tê-la por aqui!

rlp

Else disse...

O prazer é todo meu, Rosa Leonor!

E, falando em valor, não precisamos de alguém ou sociedade que nos valorize, mas se a mulher tivesse consciência de si, já bastaria.
Pois, repetindo Lao Tsé de novo, "no não-agir tudo age" (suas frases estão a calhar)
Afinal, o que é uma lei perante ao Ser?
bjs