A MULHER COMO OBJECTO E A ABJECÇÃO SEXUAL...
A falácia da liberdade sexual e as novas formas de
dominação…
Esta falsa libertação sexual da mulher: “ é só uma forma
de nos encaixar em um novo papel pré definido em que devemos ter um determinado
comportamento para receber aceitação masculina.”
“O valor da mulher ainda é completamente ligado à
necessidade do homem. O mundo hoje é muito mais sobre saciar a fantasia sexual
masculina de disponibilidade ilimitada de mulheres do que sobre a liberação
sexual feminina de verdade – todo cara quer uma coelhinha da Playboy. Essa
falsa “liberação sexual” é só uma forma de nos encaixar em um novo papel pré
definido em que devemos ter um determinado comportamento para receber aceitação
masculina. A gente aprende a internalizar nossa própria objetificação e
confunde isso com liberdade sexual quando é só uma nova prisão – diferente da
de antes, mas ainda prisão.
A jornalista do The New Yorker Ariel Levy escreveu um
livro intitulado “Female Chauvinist Pigs: Women and the Rise of Raunch
Culture”, em que aprofunda essas questões e critica o mundo super sexualizado
em que as mulheres são objetificadas, objetificam umas as outras e são
encorajadas a se tornarem objectos. “É a
ideia de que a sexualidade feminina é sobre performance, e não sobre prazer”; diz a autora, explicando que é comum mulheres participarem de atividades sexuais que não
expressam seus desejos individuais, mas são designadas para tornarem essa
mulher desejada ou causarem prazer para o homem observador. Se é para falar de
objetificação e a violência contra mulheres que isso gera, a pornografia jamais
poderia ficar de fora. Terreno fértil para todo tipo de violência, estatísticas
e depoimentos aterradores mostram a realidade obscena dessa indústria. Existe
uma óbvia desconexão entre ser sexy e o
sexo em si. Ser sexy é plastificado e pasteurizado, alcançável em meia dúzia de
regras ensinadas pela mídia – ou melhor, pelos homens da mídia: seios grandes,
cintura fina, cílios longos, muitos decotes, e o ingrediente especial,
decorativismo. Uma mulher sexy, na cultura atual, não precisam ser sexual -
aliás, muitas vezes é ainda melhor se não for: ela serve como objeto de
apreciação, como instrumento para deixar os paus dos homens duros, não como
sujeito sexual com vontades e protagonismo (isso nunca). Em uma das sex tapes
de Paris Hilton, ela atente o telefone durante a relação sexual, escancarando a
completa falta de conexão com o momento, com o sexo e com o prazer. "O
conceito dessa cultura da vulgaridade como um caminho para liberação em vez de
opressão é uma conveniente e lucrativa fantasia "
Concluindo... É claro que faz sentido: o mundo é dos
homens, às mulheres, a maior parte das vezes, só resta seguir as regras deles.
Mas não se enganem: isso não é liberação, e, muito mais, isso não é feminismo.”
(Andreia Cristina Serrato)
2 comentários:
A cultura da vulgaridade acho que é a mesma do professor de Brasilia que coloca a Vanessa como uma celebre filosofa da atualidade. Ele mostra que a geração atual é vulgar e cada dia piora.
Beijos!!
A razão não prevalece; distorção de valores, sociedade em rota de extermínio.Agenor
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