O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, janeiro 09, 2015

UMA NOVA MULHER E UM NOVO MUNDO


O MUNDO NOVO E O MUNDO VELHO

Estamos entre dois mundos... Um mundo velho que se esvai em convulsões e agonia, que mata os seus filhos, que dilacera, e um mundo novo que mal desponta e do qual ainda não temos senão indícios... 
 
Estamos no fim de um mundo que era só razão e excluía sentimentos e intuição e em que a luta das mulheres quase que foi em vão...Houve desvios culturais na história da humanidade que prejudicaram mais directamente a Mulher na falta de verticalidade e dignidade a que foi sujeita, mas que prejudicou directamente também os seus filhos...o que é evidente na violência e na barbárie que nos ameaça em todas as partes do mundo onde a Mãe não é respeitada nem a Mulher.
O homem sem amor que acaba odiando tudo e todos tem de recuar na sua força e prepotência, tem de abandonar a sua arrogância e a violência para aprender a amar e a respeitar a mulher, e a Mãe, sem a qual a humanidade será sempre manca. Porque sem a mulher no seu papel mais elevado de ser individual antes de ser amante ou mãe, nunca a humanidade se vai libertar da sua escravidão. Porque a Mãe da humanidade está dividida em duas metades uma contra a outra no mundo inteiro. Uma dualidade perpetuada por valores de superioridade e inferioridade cabendo à mulher sempre o papel inferior e negativo... Os homens quiseram assumir a paternidade do mundo, mas só geraram a divisão e o ódio entre irmãos... Dividiram terras, países bens e mulheres!
Este é o velho mundo do amor e do ódio sempre em alternância e sem descanso.
Todas a escravidão exercida pelo homem começou com a escravidão da mulher e porque a Mãe faltou, votada ao silêncio e ao descrédito, os homens destruíram o mundo pela guerra. A mulher sofreu tanto ao longo destes milhares de anos que nada poderá justificar, nem a razão nem o pecado, nada justifica esse sacrifício inaudito. Apenas a loucura e prepotência dos homens que não viram que o seu poder era usado em cima do sacrifício da própria Mãe e que eles seriam as SUAS vítimas mais próximas. E se houve um crucificado nesta história que tão mal nos foi contada, não foi Cristo, mas a Mulher!

Todo a face do mal deste velho mundo em estertor, dividido em duas metades, foi projectado na mulher. A mulher foi e é ainda a cobaia e o bode expiatório de todos os homens, mesmo dos escravos e é preciso que isso fique claro de uma vez por todas, pois só depois de se compreender este erro crasso contra uma metade da humanidade, em que ainda compactuamos todos, homens e mulheres, o mundo chegará a um novo consenso e atingirá uma nova consciência. Essa Consciência nada tem a ver com a velha consciência da moral e dos costumes, nem com a ordem patriarcal vigente neste podre mundo, mas com uma consciência alargada e não linear. Com uma nova visão do mundo e da mulher, um novo mundo se aproxima.

O universo dos homens foi a razão, o intelecto: análise e separação. O universo das mulheres é a intuição, o sentimento: percepção e síntese. Estes dois mundos têm de se encontrar e cruzar dentro de cada ser.
Cabe à mulher o papel de mediadora uma vez liberta das suas peias e de posse do seu dom de iniciadora, tanto do amor do filho como do amante, pois a mulher é iniciada por natureza e essa é a sua função: Amar e Ser igual a si mesma.

Precisamos lutar por um novo mundo onde a Mulher seja dignificada e não crucificada...senão este mundo velho vai ruir completamente em caos mentira e violência...
 
 REPUBLICANDO - ESCRITO EM 2002
rosaleonorpedro 

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