"A cada um de nós presidem dois poderes, um masculino, outro feminino...
A mente andrógina é ressonante e porosa...naturalmente criativa, incandescente e não dividida"
A mente andrógina é ressonante e porosa...naturalmente criativa, incandescente e não dividida"
VIRGINIA WOOLF
A Chaga de Ártemis, a Deusa andrógina
(...)
Há três deusas na Roda das Deusas com os quais o patriarcado
teve dificuldades: Afrodite, Perséfone e Ártemis. Afrodite por seu eros
incontido, Perséfone por seu génio visionário, e Ártemis por sua energia
indomável.As três, transformadas em bode expiatório pela fantasia paranóica masculina, foram perseguidas na Idade Média e permanecem profundamente alienadas até hoje.
O cerne psicológico da questão é que Ártemis é, na realidade, andrógina; isso significa ser ao mesmo tempo feminino e masculino - algo de que ela deve se orgulhar.
Este é o verdadeiro segredo da sua tremenda força interior e de sua extraordinária independência. Ela já possui em sua constituição aquelas qualidades masculinas que todas as outras deusas ( à exceção de Atena ) projetam sobre os homens e concedem a eles.
Quando uma mulher está plena em si e por si mesma, ela na realidade precisa de pouca ou de nenhuma energia masculina externa para complementá- la.
A androginia, como ressaltaram muitos autores junguinianos, é uma pré - condição de espiritualidade celibatária. Para tais mulheres, a energia permanece dentro delas, sendo convertida em visões, êxtases místicos ou numa profunda empatia com todos os seres e com toda a natureza.
PORTANTO,
“A chaga de Ártemis envolve a solidão de ser relegada,
psicológica e às vezes literalmente, as margens da sociedade. Seu amor ardente
pela liberdade e a sua atitude mental independente tendem a tornar
particularmente difícil os estilos de mãe, esposa ou profissional, que
pertencem a Deméter, a Hera e a Atena. Na realidade, ela muitas vezes sentirá
desprezo por valores e formas da sociedade convencional. E se sentirá magoada
pelo facto de o patriarcado nunca ter conseguido conter a ferocidade de seu
espírito ou reconhecer plenamente os seus dotes de mulher. “
In A Deusa Interior, Jennifer e Roger Woolger
2 comentários:
Dispensa comentários.
Abraços querida.
Abraço grande!
Enviar um comentário