O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, abril 27, 2015

MENTE ANDRÓGINA


"A cada um de nós presidem dois poderes, um masculino, outro feminino...
A mente andrógina é ressonante e porosa...naturalmente criativa, incandescente e não dividida"

VIRGINIA WOOLF
A Chaga de Ártemis, a Deusa andrógina

 (...)
Há três deusas na Roda das Deusas com os quais o patriarcado teve dificuldades: Afrodite, Perséfone e Ártemis. Afrodite por seu eros incontido, Perséfone por seu génio visionário, e Ártemis por sua energia indomável.
As três, transformadas em bode expiatório pela fantasia paranóica masculina, foram perseguidas na Idade Média e permanecem profundamente alienadas até hoje.

O cerne psicológico da questão é que Ártemis é, na realidade, andrógina; isso significa ser ao mesmo tempo feminino e masculino - algo de que ela deve se orgulhar.
Este é o verdadeiro segredo da sua tremenda força interior e de sua extraordinária independência. Ela já possui em sua constituição aquelas qualidades masculinas que todas as outras deusas ( à exceção de Atena ) projetam sobre os homens e concedem a eles.
Quando uma mulher está plena em si e por si mesma, ela na realidade precisa de pouca ou de nenhuma energia masculina externa para complementá- la.
A androginia, como ressaltaram muitos autores junguinianos, é uma pré - condição de espiritualidade celibatária. Para tais mulheres, a energia permanece dentro delas, sendo convertida em visões, êxtases místicos ou numa profunda empatia com todos os seres e com toda a natureza.

PORTANTO,
“A chaga de Ártemis envolve a solidão de ser relegada, psicológica e às vezes literalmente, as margens da sociedade. Seu amor ardente pela liberdade e a sua atitude mental independente tendem a tornar particularmente difícil os estilos de mãe, esposa ou profissional, que pertencem a Deméter, a Hera e a Atena. Na realidade, ela muitas vezes sentirá desprezo por valores e formas da sociedade convencional. E se sentirá magoada pelo facto de o patriarcado nunca ter conseguido conter a ferocidade de seu espírito ou reconhecer plenamente os seus dotes de mulher. “

In A Deusa Interior, Jennifer e Roger Woolger

2 comentários:

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

Dispensa comentários.
Abraços querida.

rosaleonor disse...

Abraço grande!