O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, dezembro 27, 2016

A SOLIDÃO ESCOLHIDA


ESTAR SÓ É ESTAR PERTO DA NATUREZA



"A solidão não é ausência de energia ou de ação como alguns pessoas pensam, mas uma abundância de  recursos selvagens interiores que a alma nos transmite. Em tempos antigos, tal como sabemos através dos escritos dos médicos-curandeiros religiosos e místicos, a solidão deliberada era não apenas paliativa mas também preventiva. Era escolhida para curar a fadiga e evitar o cansaço. Também era utilizada para se poder entrar em contacto com um oráculo, como um meio para ouvir o eu interior e pedir conselhos a um guia impossíveis de  escutar  no meio do barulho da vida quotidiana...
Se praticarmos habitualmente a solidão de forma deliberada, promovemos o nosso diálogo com a alma profunda que se aproxima de nós. E  fazemos isso não só para "estar perto " da natureza  genuína  da alma mas também, como na tradição mística desde  tempos imemoriais, para tirar dúvidas e para que a alma nos aconselhe."

Clarissa Pinkola Estés
Mulheres que correm com os lobos ( C. 9)

Sem comentários: