MÃE
Mãe - que adormente este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas ate o frio...
Do meu pobre existir, meio partido...
Que me leve consigo adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
da clara luz do seu olhar querido...
Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,
Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o seu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!
ANTERO DE QUENTAL
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
da clara luz do seu olhar querido...
Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,
Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o seu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!
ANTERO DE QUENTAL
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