"Afirmar, distinguir, elevar quebrar os nós desatar o afecto preso romper o medo inquirir cuidar do humano nada propor que não tenha sido antes um risco assumido e vivido pelo próprio rosto no texto. Criar lugares vibrantes a que se possa ascender pelo ritmo, criar na linguagem comum lugares de abrigo, refúgios de uma inexpugnável beleza, reconhecer-se nobre na partilha da palavra pública, do dom de troca com o vivo da espécie terrestre."
(G. LLANSOL)
ESCREVER PARA SI OU PARA @S OUTR@S?
Penso que um/a escritor/a nunca se devia expor nem sequer sociabilizar para se manter fiel a si mesm@ e intact@ - porque vê o que vê e diz o que diz doa a quem doer...Aliás um/a escritor/a só fala da sua dor...e a espelha aos outros, diga-se dor ou amor...é a mesma coisa. Às vezes ódio...ou raiva. Essa é uma das razões porque um@ escritor@ de facto nunca se devia expor aos outros, ter intimidade com alguém - tal como o asceta - ou dar-se ao... publico ou criar amizades, dar confiança - ninguém entende um escritor e já não falo do poeta...porque esse muito menos ainda.
@ escritor@ como alguém que escreve e sem qualquer pretensão de "escritor", como é o meu caso, mas que escreve com a alma e o coração, com tudo o que é e sente e @ fere, só pode ter um intuito e uma função que é de dizer o que sente e nada mais importa, nem como o diz ou o faz, desde que que seja para si mesmo, a sua força e a sua consciência de ser igual a si, mas não seria honesta dizer que o escritor@ não quer ser lid@, não. Um@ escritor@ quer ser lid@ e talvez amado mas não deve procurar porém o sucesso ou a fama e nem sequer vender...porque isso implica vender-se a si mesmo sempre, agradar...Vender-se ao editor ou à empresa ou ao publico que o prefere. Por isso são raros os grades escritores e poetas...como o foi Fernando Pessoa e Herberto Hélder e outros que agora não me lembro. E poderia citar também grandes poetisas, tais como Cecília Meireles Florbela Espanca ou Clarice Lispector, Natália Correia ou Maria Gabriela Llançol e as estrangeiras...pois só citei as de língua portuguesa...
Ah! não, longe de mim comparar-me aos grandes ou essas mulheres fantásticas...sou como digo apenas uma escriba, uma amadora da palavra, falta-me ser asceta...e talvez renunciar definitivamente a este mundo de enganos mentiras e ilusões que são as relações humanas. Mas isso também se calhar seria a libertação definitiva e não haveria mais nada sobre que escrever - pois o drama humano ou a ferida da encarnação talvez cessasse... e essa seria a via do renunciante ou do iluminado e não d@ poeta que vive o seu próprio drama, insolúvel talvez...até morrer...
(Não eu não falei da Mulher nem da Deusa - esse é contudo o imperativo maior da minha alma como finalidade na Terra)
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