O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, abril 26, 2017

SE A MULHER FOSSE A MULHER




A Missão da Mulher


"Acho que a missão da mulher é assombrar, espantar. Se a mulher não espanta... De resto, não é só a mulher, todos os seres humanos têm que deslumbrar os seus semelhantes para serem um acontecimento. Temos que ser um acontecimento uns para os outros. Então a pessoa tem que fazer o possível para deslumbrar o seu semelhante, para que a vida seja um motivo de deslumbramento. Se chama a isso sedução, cumpri aquilo que me era forçoso... fazer."

Natália Correia, in Entrevista '(1983)'




"... não é a " falta de potência intelectual, dotes organizadoras, o que nos inquieta na mulher, mas a resistência a agir de modo diferente, como fez no seu antigo posto, com as velhas armas, que " foram as suas na "Grandeza e servidão "-  a atitude da mulher, sempre pronta a naufragar no doméstico, a ser permanentemente vinculada ao lar com exclusão absoluta e  a sua ausência da vida de cidadania é  o que nos preocupa e nela esperamos ansiosamente a sua plena. 

A " Entrada Da Mulher no império da dignidade ""- não é estranho " A mulher  passou toda a História reclusa dentro dos contornos da vida caseira, no aspecto privado e  particular ", mas desse modo  teve uma influência sobre o homem com uma " força subterrânea  e difusa, e embora sem personalidade, ela influencio o homem como os elementos influenciam o clima e o paisagem  " - foi formidável - não se pode ignorar o efeito da sua  obscura " força ao longo da cultura ".
Maria Zambrano

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