O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, novembro 08, 2020

DEUS- DEUSA





«O MON COEUR DE MA MERE TU EST LE KA DE MES TRANSFORMATIONS»


As pessoas normalmente falam e dirigem-se para Deus como para uma parte luminosa do seu ser, mas sem o saber, vendo-o exterior e acima de si. Qualquer criatura por mais embutida (ou estupidificada) que seja tem disso uma clara ou vaga percepção. A oração é isso. A evocação do sagrado em nós recorrendo a uma imagem ou arquétipo que é activado pelo transporte-anseio – necessidade individual - de atingir essa parte integrante de si supostamente inatingível. As experiências místicas situam-se mais ou menos nesses estados que nos transcendem e são respostas ao nosso fervor e sinceridade, a um apelo veemente. Daí que todas as fés e credos accionem as mesmas e idênticas experiências místicas. Tudo depende da força da projecção que se faz ou a da ideia que se tem de um deus ou algo que nos transcenda...
Ao longo dos anos eu mudei varias vezes de perspectiva de “Deus”. Sim, mudei o angulo da minha Visão, até que a essa Visão se virou para dentro exclusivamente. O que quer que seja deus/a está dentro de mim...é um registo.
E fiquei conceptualmente diria entre pagã e agnóstica o que não é inconciliável... Mas presentemente a noção ou experiência que mais me faz sentido é sem dúvida a ideia do meu DUPLO, designado por KA, segundo os egípcios. O meu duplo será, pois, o meu verdadeiro ser interior e a minha totalidade, e que eu desde criança pressenti que me acompanhava e que se calhar é o que o vulgo chama de guia ou anjo da guarda...
Isto não é tão simples assim, mas o KA é o nosso Ser interno e eterno o fiel de BA que é a alma e que nos assiste e a quem devemos a continuidade do nosso ser ao longo das encarnações. É alias muito difícil reter esta ideia para quem se identifica exclusivamente com o seu corpo físico e mental sem nenhuma ideia da alma nem ligação da alma ao Espírito, como é para quem tudo é meramente abstracto, as ideias, ou logico no concreto; deus é algo fora do corpo e além, no Céu, como a ideia básica do Deus cristão, por exemplo, mas o Espírito está tanto em nós, alma, como no nosso corpo, (a pirâmide dupla da alma liga a alma ao corpo e a alma ao espirito) só que o nosso intelecto e os cinco sentido por si só não O abrange!
O Espírito tem a Consciência toda de si e nós temos como finalidade evoluir até essa totalidade e só à medida que evoluímos e tomamos consciência do nosso Espírito através da nossa alma, e reunimos as partes integrantes, nós somos mais Deus/a. Para isso é preciso unir os dois lados de cada ser: feminino e masculino, negativo e positivo. Unir todos os opostos. Antes disso, porém, tem a Mulher de ser Ela inteira e dar à Luz um novo Homem.
rosa leonor pedro



Havia no Egipo antigo a Escola de Mistérios do Olho direito e do Olho esquerdo…Uma respectivamente feminina e a outra masculina…mas toda a tradição iniciática foi adulterada pelo catolicismo e o mundo ocidental vive do excesso de racionalismo ou de dogmas intocáveis, retirando smepre à mulher o seu direito à palavra e ao púlpito.
E assim com o passar dos tempos chegámos às nossas “escolas” ocidentais, nomeadamente a psicanálise freudiana e outras que apenas tratam parcialmente as questões da Psique e da Alma, sem nunca abranger a questão dos hemisférios cerebrais e as suas características e desenvolvimento; digamos que dentro desta linha redutora também o digno e conceituado psicólogo Jung, que se distancia e separa de Freud por abranger já uma certa espiritualidade e tradição alquímica…acaba, ironia, na sua psicologia das profundidades, por negar à mulher “a anima” como princípio e torna-a activa no homem e confere o animus à partida à mulher…Embora sabendo que ambos os aspectos, anima no homem e animus na mulher, como opostos complementares se encontrem também em ambos os sexos, considero, e ao contrário de Jung, que cada um dos géneros representa efectivamente o polo do seu correspondente hemisfério, ou seja a mulher anima, cérebro direito e o homem animus, cérebro esquerdo. Sendo contundo esta questão bem mais complexa do que se possa concluir tão grosso modo ao nível das alquimias iternas do SER INTEGRADO, e assim não abordarei aqui, nem me abanlaçarei a tal, as diferentes questões que se levantam e abrangem diferentes manifestações do ser humano em termos de identificação sexual versus “opção sexual”, mas nunca a sexualidade deverá ser o aspecto derterminante para definir o ser em si mantendo o homem e a mulher as características essenciais que o sexo lhes confere à partida, embora havendo casos ou pares diferentes na formação de casais alquímicos.
(...)
in Mulheres e deusas
rlp


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