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BOA SORTE GALIZA
OFERTA e HOMENAGEM
Galiza, terra irmã de Portugal,
Que a divina Saudade transfigura,
A tua alma é rosa matinal,
Onde uma lágrima da Deusa fulgura.
Terra da nossa infância virginal,
Altar da Rosalia e da Ternura,
Dedico-te estes versos, que, uma vez,
Compus, em alto cerro montanhês.
TEIXEIRA DE PASCOAES
OCCULTISM OR A STATIC DRAME
Os acontecimentos são homens. As circunstâncias são gente. Uma batalha, um jantar, um olhar, um beijo - cada uma destas coisas, porque é uma coisa, é um ente, uma pessoa de certa maneira de carne e osso.
Nós próprios, os homens, não passamos de acontecimentos, lentos relativamente a outros, compostos de células, e cada célula é um acontecimento entre os elementos que a compõem ...e, assim, até ao infinito interior.
Tudo é separado e tudo é uno. Todos os acontecimentos fundem-se no grande acontecimento chamado Universo.
Nada existe, tudo acontece. É a Deus que acontece tudo.
O erro interior a todas as hipóteses de como é que o manifestado se abaixa até manifestar-se, ou então manifestando-se, não encontra maneira de se manifestar senão abaixando-se - esse erro é o de meter elementos morais num problema inteiramente metafísico.
- Amanhã continuo porque hoje toda a gente comeu muito e não consegue ler "TEXTOS FILOSÓFICOS" de Fernando Pessoa...
Nota à margem:
"Os acontecimentos são homens" - nesse tempo não havia mulheres ou antes, as mulheres, como não pensavam não existiam de acordo com outro filósofo: "penso logo existo"...
E A VOZ DE ELEONOR, etérea chama,
As trevas dissolvendo assim falou:
"Sou aquela que é amada e que não ama,
Porque meu ser é eterno e virginal.
Eu vivo além do amor e da tristeza,
E destes belos montes solitários,
E da amplidão que envolve a Natureza:
O fluido mar, onde as estrelas nadam...
(...)
E que importa a distância que separa
Teus lábios dos meus? E que importa
Que eu seja luz eterna e sempre clara
E tu sombra carnal e transitória?
Que tu vivas, além, num outro mundo,
Se nos prende, amoroso, o fio astral
Que prende o olhar à estrela eo mar profundo
À sede que o sol tem das nossas lágrimas?
"Sou aquela que é amada; mas não amo,
Porque o amor odeia o que é eterno;
E as suas labaredas se alimentam
Do que é mudança, tempestade, inferno!"
(...)
TEIXEIRA DE PASCOAES - Marânus -
O grande poeta português quase esquecido...
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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