"Então foi o meu beijo que te abriu a visão do mundo"?
"A visão do mundo traduz-se pela integração dos dois princípios opostos que Kundry (iniciadora...) e Amfortas representavam: matéria e espírito, inconsciente obscuro e consciência iluminada. Kundry é o rosto do instinto, o instinto sem a razão destrói. O equilíbrio surge quando, reconhecendo ambos, o herói é capaz de os integrar (de os transformar). Kundry, de tentadora, passará a serva, e Amfortas de rei a súbdito: uma e outro propiciando a individuação.
Com o reino das trevas se abre o reino da luz. Com o crepúsculo dos deuses se tece a aurora do homem, que, através de Parcifal, se permite inserir de novo no mito do andrógino no tempo que é de wagner, e é o nosso: o temp, ou o temp/espaço, do inconsciente eterno."
in "LITERATURA E ALQUIMIA"
De Y.K.Centeno
ADORAR
"Adoração! Isto é: AD-OR-AR! Tornar DOURADO! E levar ao OURO o ser. E isto está aqui! Não é uma coisa teórica. Existem, até, tratados sobre o assunto! Eu estou-me a lembrar de Rumi e de Kabyr, mas especialmente de Rumi, o poeta místico do Islão esotérico.
E este campo, da adoração, este levar até ao ponto em que eu não aspiro apenas, mas Adoro, eu começo a entrar nos coros Angélicos do plano Espiritual. A Aspiração é um acto viril, de atravessar para além do conhecido. A Adoração é um acto feminino de saber-se única e exclusivamente Câmara de revelação do Divino. Como a câmara fotográfica. A Adoração é esta autoconsciência. Consciência de si, como uma câmara de revelação do Divino."
Encontros de Belém - André
ROSAS...para a Galiza
Abride, as frescas rosas;
brilade, os caraveles;
do seu jardim os árvores, vesti-vos
cas lindas folhas verdes;
parra que um tempo sombra nos prestaches,
a cubrir-vos de pámpanos volvede.
Natureza fermosa,
a mesma eternamente,
di-lhe aos mortais, de novo aos loucos di-lhe
que eles nomais perecem!
ROSALIA CASTRO - poetisa galega do século XIX
Eu não sei muitas coisas, é verdade.
Apenas falo do que tenho visto.
E já vi:
que o berço do homem o embalam com histórias,
que os gritos de angústia do homem os afogam com histórias,
que o pranto do homem o tapam com histórias,
que os ossos do homem os enterram com histórias
e que o medo do homem...inventou todas as histórias.
Sei muito poucas coisas, é verdade,
mas adormeceram-me com todas as histórias...
e sei todas as histórias.
LÉON FELIPE (1884-1968)
(tradução de José Bento)
1 comentário:
Oii Rosa, lindo (sou eu a Ana)
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