"Sou um cristão gnóstico, inteiramente oposto a todas as igrejas organizadas e, sobretudo, à Igreja de Roma."
(FERNANDO PESSOA)
A DUALIDADE TERRENA
OS "TERRORISTAS" SOMOS NÓS MESMOS...
AINDA QUE SEJAM OUTROS QUE ESPELHEM AS NOSSAS ACÇÕES CAMUFLADAS DE "CIVILIZADOS"; UNS MATAM SENTADOS NAS SUAS CADEIRAS DE PODER, OUTROS COM O CORPO, E TODOS SOMOS O VERSO E REVERSO DA MESMA MEDALHA, OU SEJA DO MESMO "DEUS"!
A tendência para ver a nossa sombra “lá fora” nos vizinhos ou noutra raça ou cultura é o aspecto mais perigoso da psique moderna.
“Qualquer reparação do nosso mundo fracturado tem de começar com indivíduos que tenham a visão e a coragem de admitir a posse da sombra que lhes pertence. Nada “lá fora” ajudará se o mecanismo de projecção interior da espécie humana estiver fortemente operante. A tendência para ver a nossa sombra “lá fora” nos vizinhos ou noutra raça ou cultura é o aspecto mais perigoso da psique moderna. Já criou duas devastadoras guerras neste século e ameaça a destruição de tudo que se tem construído de bom no nosso mundo moderno. Todos detestamos a guerra mas colectivamente movemo-nos na direcção dela.
Não são os monstros do mundo que fazem o caos mas a sombra colectiva para a qual cada um de nós contribui e tem contribuído. A segunda guerra mundial deu-nos exemplos sem fim da projecção da sombra. Uma das mais altamente civilizadas nações do mundo, a Alemanha, tombou no idiotismo de projectar a sua mais virulenta sombra sobre o povo judeu. O mundo nunca dantes vira igual tipo de destruição e no entanto nós ingenuamente pensamos que já ultrapassamos isso."(...)
In OWNING YOUR OWN SHADOW
Robert A. Johnson
Falas de Civilização
Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!
Alberto Caeiro
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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