O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, julho 24, 2005

“OS PORTUGUESES NÃO GOSTAM DE SI"
In AVISÃO- excertos de “ENSAIO” de José Gil

>“OS PORTUGUESES NÃO GOSTAM UNS DOS OUTROS
PORQUE NÃO GOSTAM DE SI PRÓPRIOS – RECIPROCAMENTE.”


“A população portuguesa não forma uma comunidade
nem uma colectividade solidária.”
(...)
“Por isso abundam – no regime de auto-agressividade e autoflagelação – as expressões escatológicas: “Este país é uma trampa...”, etc. O que quer dizer o Estado, os portugueses, a sociedade, a nossa essência de lusitanos não valem nada.
O objectivo do queixume é pois, tudo e todos e ninguém. Ninguém, porque o português não é, para si mesmo ao queixar-se, ninguém. Ou melhor, ele é, sobretudo ninguém. Nada e ninguém.”


E asim sucessivamente. O que é estrangeiro é que bom e nada que não tenha o carimbo do estrangeiro nos faz demarcar desse sentimento de descrença e de descrédito uns dos outros. Isto acontece com as pessoas em geral e no seu dia a dia, nos empregos e nos cafés e quaisquer manifestações sociais “da gente” e sempre foi muito óbvio na política - não há político nem partido que não seja deitado abaixo sempre que quer fazer alguma coisa! e nunca ninguém muda nada...flagrante nas Artes e literatices e agora na Internet e entre até os Blogues cá do burgo, em que tudo e todos - como de resto em tudo na vida - os portugueses só fazem deitar-se abaixo e desacreditarem-se uns aos outros de cima a abaixo, uma razia e enquanto não virmos tudo de pantanas não ficamos satisfeitos...

Nesta terra ninguém constrói nem admira nada nem elogia o trabalho do próximo...a não ser que seja estrangeiro ou um português que o estrangeiro tenha considerado válido como é o caso do autor deste ensaio, o filósofofo José Gil que só por isso se tornou um Best-Seller em Portugal...

Na verdade “este País é uma trampa”...e se fosse eu a dizê-lo caiam logo em cima de mim, mas como foi um filósofo que os franceses consideram um dos bons, toda a gente lê e “respeita”, porque como ele ainda diz: “o “País” é a “Pátria” (entidade metafísica) desmetafisizada dos portugueses. É o fundamento da nossa portugalidade negativada. Porque a portugalidade, segundo o queixume, não poderia ter uma essência metafísica positiva.” (...)

E por último, o autor diz que a culpa foi do Salazar ou do salazarismo "que nos esmagou e humilhou, desfigurou e roubou todas as raízes", mas eu acho essa ideia muito fraca e que ela não tem nada a ver com a Metafísica do País; estou mais em crer que a razão da nossa negatividade ou anulação de nós mesmos é que nos tornamos todos só filhos do Grande Pai e sem Mãe somos todos engeitados...e foi essa a defiguração essencial com que a Religião e a Inquisição nos mutilaram e que a nossa verdadeira metafísica tem mais a ver com as Raízes da Terra Mãe e ser Pagão; não esqueçamos Ofiusa, Lisboa, era a terra das serpentes...

Este País de machos, deixou de ser Matria, negou a sua origem e culto mariano, negou a Grande Deusa-Mãe e virou-se para o Pai todo poderoso e para o “pecado”, anulando as suas mulheres sendo o catolicismo paternalista, misógino e castrador o grande e remoto culpado que anulou as faculdades de um povo que por ser muito ignorante se julga ainda crente e moderado, mas está na verdade cheio de raiva e frustração, é cobarde, virando-se só contra os seus e os mais fracos, nomeadamente as crianças e as mulheres...

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