É UMA MANEIRA DE FAZER RESISTÊNCIA
"Nos nossos dias, é difícil falar de erótica. De resto, é preciso falar dela? A erótica está profundamente ligada ao segredo do ser. Se existe qualquer coisa de verdadeiramente fundamental neste mundo, é a noção do segredo. O que me choca mais, actualmente, é a desocultação, este nivelamento do mistério, que permanece certamente, mas a beleza já não é mais reverenciada.
Ora,
“apenas aquele que sabe
pode mostrar àquele que sabe”.
Só aquele ou aquela que teve a experiênciado amor, pode entender e ser entendido por aquele ou aquela que teve essa experiência do amor, na sua carne, ou em sonhos, ou alhures noutros mundos, noutras vidas. Agora, menos do que nunca, não se deve admitir o compromisso, a transigência, a explicação.
Existe inversão, mais do que preversão. Hoje é preciso dançar para sentir o êxtase, enquanto que, na verdade, será por eu participar no divino que eu danço. Da mesma maneira, porque eu estou transfigurada pelo amor, eu posso fazer amor, estar em festa no acto amoroso, não é fazendo o amor que eu atinjo a iluminação.
Existe inversão, mais do que preversão. Hoje é preciso dançar para sentir o êxtase, enquanto que, na verdade, será por eu participar no divino que eu danço. Da mesma maneira, porque eu estou transfigurada pelo amor, eu posso fazer amor, estar em festa no acto amoroso, não é fazendo o amor que eu atinjo a iluminação.
(…) É preciso escrever um livro branco, no sentido em que não existe nada para nele escrever; o barulho das páginas folheadas nos daria o desejo de partir em demanda. Hoje o livro não é mais do que um produto. Obstrui-se a Criação, perturbando o espírito das pessoas. Mais do que nunca, convém calar, guardar segredo. É uma maneira de fazer resistência."
Jacqueline kelen
In o Louco de Shakti
In o Louco de Shakti
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