
Confesso que quis vir aqui e deixar algo de substancial...de épico...ou de eterno. Qualquer coisa tão bela e tão verdadeira que não houvesse mais nenhuma palavra a acrescentar depois, nunca mais...
Tenho muitas vezes este sentimento, foi ele que pautou a minha poesia de amor e morte...mas hoje queria palavras de eternidade e do AGORA...
Procurei, procurei nos arquivos e nos livros que mais gosto...
e nem no Louco de Shakti encontrei a palavra chave...
As palavras estão tão gastas, os sentidos que lhes dão tão estéreis, banais e vulgares os dizeres...
Hoje comprei um jornal ao acaso e fiquei enjoada com o lixo tóxico das palavras prostituidas, das imagens e dos jogos viciados, da mentira e da falsa vida...
e ocorreu-me uma frase do poema de Rilke que dizia:
"Nenhures amada haverá mundo senão dentro de nós"...
Como cantar o amado?
Quem ama
Fica cheio de não-saber
Não pára de procurar...
Ana Hatherly - Rilkeana
e acabo talvez como comecei...
Sem comentários:
Enviar um comentário