O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 13, 2010

LEMBRAR O LIVRO MAIS VELOZ...


A MULHER PRECISA DE MANIFESTAR A SUA IRA
PARA SE LIBERTAR DAS GRADES "MORAIS" E OUTRAS QUE A APRISIONAM
DURANTE A SUA VIDA E NO SEU DIA A DIA...

O Conceito tradicional da mulher ser boazinha e muito cordata, aceitar tudo e ser submissa aos padres e aos pais e maridos parece que já não é de consenso geral. Parece de facto ser coisa do passado...

A mulher até parece liberta e acha-se de um modo geral livre e senhora de si...

Isso pode ser verdade em parte, NO ENTANTO acontece que uma nova vaga de conceitos new age nos trazem de novo a ideia de uma submissão e de uma entrega e de uma bondade - sem verdadeiro discernimento do que significa de verdade essa entrega à vida, como caminho realizado, como forma superior de entendimento através da dualidade integrada - e mais uma vez a confusão se instala e assistimos a um perigoso retrocesso em nome da espiritualidade e sem que nos apercebamos estamos de novo a cair na armadilha do patriarcado. As mulheres estão todas pacificadas e já não se revoltam com nada, não se interessam pelos outros porque estão numa via espiritual que aconselha a ser pacífico e a aceitar a vida como ela é...


E esqueceram-se de que há todo um trabalho que não foi feito....que "Houve muita especulação quanto ao facto de uma mulher furiosa ser apavorante no seu poder. No entanto, essa é uma projecção da angústia pessoal do observador, demasiada para que qualquer mulher a suporte.


Na sua psique instintiva, a mulher tem o poder, quando provocada, de se enfurecer com consciência – e isso realmente é algo poderoso.

A raiva é um dos meios inatos de que ela dispõe para começar a criar e a manter o equilíbrio que necessita, tudo o que ela realmente ama. É seu direito e, em certas horas e sob certas circunstâncias, é seu dever moral.

Para as mulheres isso significa que existe a hora para mostrar os dentes, para mostrar a poderosa capacidade de defender o seu território, para dizer ”até aqui nem mais um passo, não passe a responsabilidade adiante, não se intrometa, tenho uma coisa a dizer, tudo isso vai decididamente mudar”.*


*"MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS"
CLARISSA PINKOLA ESTES

2 comentários:

Nana Odara disse...

As mulheres tem agressividade, mas em geral só a destilam contra as outras mulheres... aos homens, ou são amigos, a quem tratam muito bem.. ou tem medo deles...

Assim, os conflitos femininos podem ser uma faca de dois legumes... pq dá aela condição de exercer a sua raiva, e por outro, buscar femininas resoluções...

Mas qdo a raiva perde o medo, aí sim, é um tipo puro de poder...

Bjins...

rosaleonor disse...

Pois é também como diz...tenho muito gosto em ver que está atenta...

abraço

rleonor