O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, julho 04, 2010

é muito antigo...

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O MEDO DAS MULHERES
Haverá aberração mais perigosa do que o desprezo do corpo?
F. Nietzsche

“A atitude depreciativa que muitos homens têm em relação às mulheres é uma tentativa inconsciente de controlar uma situação em que ele se sente em desvantagem; muitas vezes ele procura eliminar o poder da mulher, induzindo-a a agir como mãe. Dessa maneira ele é liberto em grande escala do seu medo, pois na relação com a sua mãe quase todo o homem experimentou o aspecto positivo do amor da mulher. Mesmo assim não está totalmente livre de apreensão, porque ao fazer com a que a mulher seja mãe dele, ao mesmo tempo torna-se criança e está portanto, em perigo de cair na sua própria infantilidade. Se isso acontece ele pode ser dominado por sua própria fraqueza, e uma vez mais deixa a mulher o poder da situação. Consequentemente, a maioria dos homens aproxima-se de uma mulher com medo, não obstante seja um medo inconsciente, ou com a hostilidade nascida do medo ou, talvez, com uma atitude dominadora, para arrebata-la de um golpe. “ *

* In OS MISTÉRIOS DA MULHER M. Esther Harding


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“O medo das mulheres, ou ginofobia, é um mal bem conhecido que remonta de muito longe na história da criação. Deus, diz-se, criou o homem à sua imagem. Mas seguramente não a mulher. Senão, ele não seria obrigado a renovar tantas vezes essa tentativa, criando tantos modelos de mulheres aberrantes, a acreditarmos nos múltiplos contos, lendas, mitos, midrashim e haggadah que, entre outros, nos transmitiram os Hebreus.”
In LA DÉESSE SAUVAGE de Joelle de Gavelaine

NOTA À MARGEM:


O que explica nos nossos dias a maior parte das aberrações sexuais do homem, assim como a sua misoginia, ou mesmo a violência doméstico baseada no flagrante exemplo das religiões que retiraram à Mulher toda a sua dimensão ontológica, como no caso da igreja católica, que retirou todo o poder a Maria Madalena, como discípula e amante, para a transformar em “pecadora” substituindo-a unicamente pela Mãe
virgem da Deusa imaculada.

Daí termos uma humanidade infantilizada e uma mulher amputada de metade de si própria!
Daí a agressão verbal contínua dos fanáticos e fundamentalistas a qualquer expressão diferente da liberdade da mulher na afirmação do seu ser original!
É o medo das mulheres e do seu potencial reprimido que mesmo assim os assusta e faz atacar e destruir as mulheres por actos de violência gratuita ou pelo domínio económico, carros, jóias, etc. no caso dos mais ricos e moderados. Os mais pobres, limitam-se a bater nas mulheres ou a usar as prostitutas...a quem podem fazer tudo e pagar.

rlp

1 comentário:

Quando a vida dentro de mim se tornou possivel disse...

“A atitude depreciativa que muitos homens têm em relação às mulheres é uma tentativa inconsciente de controlar uma situação em que ele se sente em desvantagem; muitas vezes ele procura eliminar o poder da mulher, induzindo-a a agir como mãe." F A N T Á S T I C O!! esta é uma anáise analítica que só Freu explica (rsrs)

F. Nietzsche era muito visceral.
Abraço!!
Rejane