O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, março 05, 2011

FALA-ME DE TI...


HINO PAGÃO


Fala-me da Terra Mãe e do chão que pisas e das sementes que semeias…
Fala-me dos elementos, do que te alimenta e dá verticalidade e anseias…

Fala-me da brisa quente e das papoilas que bailam ao vento vermelhas,
E voam na planície livres como gotas de sangue…
Fala-me das árvores e das suas raízes e de como te ligam a ela…

Fala-me dos animais, das aves, das borboletas e das flores...

Fala-me do ar que respiras e do teu coração que bate...
Ao ritmo da vida que pulsa em ti e em mim quando me abraças…

Oh fala-me da Deusa que te habita e do teu anelo com ela,
Da esperança de uma nova Terra bela, mais justa e pacífica…
E não de outras dimensões e de mundos paralelos…

Fala-me das antigas sacerdotisas que dançavam descalças…
À volta do fogo sagrado… vivendo em êxtase profundo com a Deusa Mãe…

Fala-me das Mulheres que de mãos dadas e em círculos nos davam a coragem de sermos inteiras e de ventre a ventre nos ligavam à terra e às suas entranhas…

Fala-me de ti e de como te sentes viva e vibras nesta evocação….
Diz-me como vives a plenitude do teu ser no júbilo da sua sagrada união!

Ah! Mas não me fales mais do pensamento dividido nem das estrelas longínquas…nem do céu lá em cima sem que cumpras o teu destino…
E te dês de corpo alma e espírito…antes de tudo, fiel à Deusa Mãe…


Rosa Leonor Pedro

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